Faculdade de Ciências Médicas

Cirurgia (Estágio parcelar)

Código

11142

Unidade Orgânica

NOVA Medical School|Faculdade de Ciências Médicas

Departamento

CMH

Créditos

8

Professor responsável

Prof. Doutor Rui Maio

Língua de ensino

Português

Objectivos

O estágio profissionalizante do 6º ano é o período de formação médica pré-graduada de exercício programado e orientado, que decorre em serviços hospitalares e centros de saúde associados ao ensino clínico. O período dedicado à cirurgia tem uma duração de oito semanas e decorrerá no ano letivo de 2014-2015, para os alunos da FCM-UNL, no Departamento de Cirurgia do Hospital Beatriz Ângelo, no Serviço de Cirurgia do Hospital da Luz, no Hospital da CUF Descobertas e no Hospital Militar (para os alunos da Academia Militar).

 

                O ensino da cirurgia integrado no estágio profissionalizante do 6º ano do MIM foi reorganizado com o objetivo principal de proporcionar aos alunos a possibilidade de aprofundarem, atualizarem e relacionarem os saberes adquiridos nos anos anteriores, permitindo-lhes, finalmente, ingressar na formação específica inerente a uma especialidade médica ou cirúrgica sem necessidade de realizar o internato geral. Pressupõe-se, assim, que durante o estágio profissionalizante do 6º ano, nomeadamente no estágio de cirurgia, os alunos irão adquirir também as atitudes, aptidões e valores para a sua profissão.

 

               

 

São objetivos gerais do estágio de cirurgia proporcionar o contacto e a aprendizagem com a prática clínica cirúrgica em meio hospitalar, visando a consolidação dos conhecimentos adquiridos nas unidades curriculares anteriores, bem como a aquisição e desenvolvimento de novos conhecimentos e competências.

               

Para os alunos que realizam o estágio de cirurgia no Hospital Beatriz Ângelo pretende-se ainda que compreendam e participem na forma de trabalhar integrada do Departamento de Cirurgia, acompanhando a atividade diária dos seus tutores nas suas diversas vertentes, observando e realizando procedimentos fundamentais para a sua prática clínica futura.               

 

Pré-requisitos

 

Conteúdo

·         Sessões teóricas:

As sessões de ensino teórico tem a duração de uma hora, decorrem no anfiteatro e têm um carácter essencialmente expositivo. Sempre que adequado e/ou possível, os oradores devem apoiar a sua exposição em meios audiovisuais, já que estes permitem um ensino de características pedagógicas mais aliciantes dada a riqueza e o dinamismo que as imagens podem adicionar às apresentações. Na escolha dos oradores para a apresentação de cada tema procura-se que se trate de pessoas com experiência nas áreas respetivas, tendo em consideração que nesta fase de

 

 

formação se pretende que cada assunto seja abordado tendo em consideração aspetos que reflitam também uma experiência prática individual.

o   Liderança e trabalho de equipa – Engª. Isabel Vaz

o   Princípios de gestão em cuidados de saúde – Dr. Artur Vaz

o   Papel da simulação no ensino pré-graduado – Dra. Francisca Leite

o   Risco clínico e performance em cirurgia – Professor Doutor Rui Maio

o   Técnicas de comunicação – Dr.ª Rita Alcoforado Lopes

o   Gestão do stress e prevenção do burnout – Dr. Pedro Rocha

o   Regras de apresentação de trabalhos científicos – Dr.ª Nilza Gonçalves

o   Nutrição e cirurgia – Prof. Dr.ª Marília Cravo

o   Transplantação e medicina regenerativa - Professor Doutor Rui Maio

 

·         Sessões teórico-práticas

 

        O ensino teórico-prático inclui 10 sessões de uma hora cada, em que são abordados aspetos inerentes à realização dos procedimentos cirúrgicos mais comuns. Para cada procedimento, serão referidas as indicações, as contra-indicações, o equipamento necessário, o protocolo de atuação (step-by-step), as complicações mais frequentes e sua resolução, bem como a documentação do procedimento.

 

         Nas sessões de ensino teórico-prático dar-se-á preferência a um contacto mais próximo com os alunos, nomeadamente abordando matérias de carácter mais prático e estimulando a discussão das opções e soluções possíveis perante situações concretas. Os métodos usados são também os descritos para as sessões teóricas e ainda outros que sejam adequados aos temas em causa. Relativamente aos oradores, são escolhidos entre os colaboradores do hospital Beatriz Ângelo, tendo em consideração a sua formação e experiência em cada um dos assuntos versados.

 

Os temas de ensino teórico-prático são os seguintes:

o   Comportamentos e atitudes numa enfermaria de Cirurgia – Enfermeiras Teresa Simões e Teresa Afonso.

o   Treino, supervisão e aquisição de competências necessárias a quem pratica técnicas invasivas; Considerações éticas e consentimento informado - Dr. António Martins Batista.

o   Princípios básicos de controlo da infecção; Técnica para realização de procedimentos estéreis - Dr. Carlos Palos e colaboradores

o   Colocação de acesso venoso periférico/venopunção; Manuseamento de sistemas de soros e seringas infusoras; Injecção intradérmica, injecção Intramuscular, injecção endovenosa, injecção subcutânea; Colheita de hemoculturas; Colheita de sangue arterial; Colocação de

 

 

 

linha arterial periférica; Colocação de cateter venoso central (jugular, subclávia, femoral) - Dr. António Messias e colaboradores.

o   Anestesia local; Técnicas de sutura; Drenagem de abcesso; Abordagem do doente com unha encravada; Abordagem do hematoma subungueal - Professor Doutor Rui Maio e colaboradores.

o   Algaliação; Punção suprapúbica – Dr. Rui Sousa e colaboradores

o   Inserção de sonda nasogástrica; Paracentese; Toque rectal; Anuscopia – Professora Doutora Marília Cravo e colaboradores.

o   Imobilização do ombro; Imobilização do cotovelo; Imobilização do punho e os dedos;

o   Imobilização do tornozelo; Joelheira gessada e elástica; Redução de pronação dolorosa na criança; Redução de luxação anterior do ombro – Dr. Paulo Rego e colaboradores.

o   Entubação traqueal (naso/oro); Manuseamento da via aérea difícil; Cricotiroidotomia de emergência – Dr. Miguel Ghira e colaboradores.

o   Inserção de dreno torácico; Toracocentese; Biopsia pleural – Dra. Sofia Furtado e colaboradores.

 

 

·         Ensino prático

 

O ensino prático é um ensino tutelado com uma relação tutor/aluno no máximo de 1/3, o que permite um contacto muito próximo entre o tutor e os alunos. Os alunos acompanharão o seu tutor, escolhido entre os médicos de Cirurgia Geral da equipa do hospital, na sua atividade diária. É ainda estimulada a presença dos alunos nas reuniões de serviço e nas sessões clínicas do hospital, o que contribuirá para a sua formação na perspetiva do dia-a-dia e da vivência hospitalar.

 

Os métodos de ensino prático são adaptados para procedimentos em que se pretende que os alunos obtenham níveis de desempenho específicos e que são registados numa caderneta de desempenho.

 

O ensino prático representa a maior parte das horas de trabalho do estágio de cirurgia e distribui-se pelas áreas a seguir indicadas:

 

 

 

 

 

 

o   Consulta: Acompanhamento do tutor na consulta externa; realização de história clinica e exame objetivo; discussão das hipóteses de diagnóstico e propostas terapêuticas com o tutor; realização de pensos.

o   Internamento: Observação diária de doentes; realização da história clínica e dos diários clínicos; exame objetivo; discussão do diagnóstico e proposta terapêutica de cada caso com o tutor; realização de pensos.

 

o   Bloco operatório: Preparação individual para participação em atos cirúrgicos; participação nos atos operatórios como 2º ajudante.

o   Serviço de urgência: Acompanhamento do tutor durante um período de 12 horas semanais; realização de história clínica; exame objetivo; discussão de propostas diagnósticas e terapêuticas com o tutor; realização de atos na pequena cirurgia; desinfeção e sutura de feridas; drenagem de abcessos.

o   Reuniões de serviço e sessões clínicas do hospital: Participação nas reuniões clínicas dos serviços de Cirurgia Geral e de Gastrenterologia e nas sessões clínicas semanais do Hospital.

 

·         Mini congresso

        A curiosidade científica e a capacidade de auto-aprendizagem serão estimuladas através da realização de um trabalho e da sua apresentação num seminário realizado no final do período de estágio. Estes trabalhos devem versar um caso clínico acompanhado durante o período de estágio e incluir uma revisão bibliográfica sobre a patologia em causa.          

 

Bibliografia

•       Específica da Cirurgia:

–      “Current Surgical Diagnosis  and Treatment” - G. M  Doherty;

–      “Surgery Scientific Principles & Practice” - Greenfield’s;

–      “Cirurgia, Patologia e Clínica”, Alves Pereira;

–      “Textbook of Surgery” - Schwartz.

•       Aumentar a reflexão crítica dos alunos:

–      “Licenciado Médico em Portugal”;

–      “The Tuning Project”;

–      “Tomorrow’s Doctors”;

–      “Relatório do Projeto Nacional de Avaliação das capacidades dos alunos que concluem os Cursos de Licenciatura em Medicina”.

 

Método de ensino

·         Nesta UC a modalidade pedagógica a utilizar será a do ensino tutelado com uma relação docente/discente de 1/3.

 

·          Sessão de recepção com a seguinte estrutura:

o   Apresentação

 

 

o   Estrutura do estágio

o   Expectativas

o   Distribuição pelos tutores

o   Entrega das cadernetas de estágio incluindo “log- book”

 

·         Acompanhamento dos tutores nas actividades assistenciais e científicas do Departamento de Cirurgia, nomeadamente:

o   Enfermaria

o   Consulta

o   Bloco operatório

o   Serviço de urgência

o   Reuniões de serviço

o   Reuniões multidisciplinares

o   Sessão Clínica do Hospital

o   Sessões clínicas dos serviços de Cirurgia Geral e Gastrenterologia

 

·         Registo de actos e procedimentos praticados ou observados numa caderneta de desempenho (log-book). Para cada procedimento foi determinada uma escala com níveis progressivos de desenvolvimento, de acordo com as seguintes especificações:

o   Nível 1 (teórico) – Conhece os aspectos teóricos da execução, as indicações e complicações;

o   Nível 2 (observação) - Conhece os aspectos teóricos da execução e foi-lhe demonstrado como se deve proceder;

o   Nível 3 (realização) - Conhece os aspectos teóricos da execução, foi-lhe demonstrado como se deve proceder e realizou várias vezes o gesto, sob supervisão de um tutor;

o   Nível 4 (rotina) – Domina os aspectos teóricos relacionados com o gesto e ganhou experiência para o executar convenientemente.

 

 

·         Durante o estágio decorrerão três reuniões obrigatórias entre o tutor e o aluno que serão registadas na caderneta:

 

 

 

 

 

o   1ª Reunião (inicio do estagio) – Visita ao Departamento; Apresentação do aluno à equipa médica e de enfermagem; Definição da responsabilidade dos alunos e dos objectivos no final do estágio; Planeamento das actividades a desenvolver.

o   2ª Reunião (meio do estagio) – Avaliação da capacidade de integração em equipa; Balanço das actividades desenvolvidas; Discussão das dificuldades encontradas; Distribuição de novas tarefas.

o   3ª Reunião (final do estágio) – Avaliação final das actividades; Revisão crítica das actividades desenvolvidas; Aconselhamento e orientação profissional futura; Avaliação global do estágio.

               

Método de avaliação

Os três modelos de ensino previstos – teórico, teórico-prático e prático – não têm modelos de avaliação específicos e isolados. Pelo contrário, o processo de avaliação tem um carácter contínuo e estruturado. Será realizado pelo tutor designado para cada aluno, tendo em conta os objetivos do estágio de cirurgia e o desempenho do aluno nos aspetos já referidos, e validado pelo coordenador do estágio de cirurgia no hospital.

 

Enquadradas no processo de avaliação, são realizadas durante o estágio três reuniões obrigatórias entre o tutor e o aluno. Destas reuniões, deverá resultar um, registo no processo individual e validado pelo tutor e pelo aluno:

 

O trabalho apresentado no seminário será objeto de uma classificação isolada que representará 10% da classificação final do estágio. A classificação do seminário, deve ser atribuída tendo em consideração os seguintes critérios:

 

·         Originalidade e justificação do tema apresentado;

·         Relevância clinica e científica do tema apresentado e da bibliografia de suporte;

·         Qualidade científica em termos de estruturação e do conteúdo;

 

 

 

·         Qualidade da apresentação em termos de meios de suporte à apresentação, adequação da apresentação ao conteúdo do trabalho e clareza da exposição oral.

 

A classificação final do estágio é dada numa escala de 0 a 20 valores. Para esta classificação contribuem, de uma forma ponderada os aspetos seguintes:

 

·         Nível de conhecimentos demonstrado durante o estágio (NC) (20%);

·         Capacidade de integração dos conhecimentos adquiridos na prática clínica (IC) (20%);

·         Quantidade e qualidade dos procedimentos realizados (P) (15%);

·         Comportamentos e atitudes na prática clínica (CA) (15%);

·         Assiduidade (A) (10%);

·         Relatório de atividades (RA) (10%);

·         Trabalho apresentado no seminário (TS) (10%).

 

Assim, a classificação final (CF) é calculada através da fórmula seguinte e apresentada numa escala de 0 a 20:

 

A frequência é obrigatória, pelo que só serão objeto de avaliação os alunos com pelo menos dois terços das presenças registadas por si e validadas pelo tutor.

 

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