Faculdade de Ciências Médicas

Pediatria (Estágio parcelar)

Código

11146

Unidade Orgânica

NOVA Medical School|Faculdade de Ciências Médicas

Departamento

MMIA

Créditos

7

Professor responsável

Prof. Doutor Luis Varandas

Língua de ensino

Português

Objectivos

A Pediatria Médica, cujas actividades serão descritas em seguida, tem como principal objectivo a compreensão da Pediatria como uma medicina integral de um grupo etário, desde a concepção até à adolescência. Nesta conformidade, são estabelecidos objectivos pedagógicos genéricos, em termos

de conhecimentos (saber), atitudes (saber estar) e aptidões (demonstradas: saber fazer; ou evocadas: saber como fazer).

Para a aquisição de aptidões há, assim, que ter em conta uma sequência lógica de fases essenciais: teoria (saber); observação (observar como se faz para explicar como se faz); prática com apoio (começar a fazer tendo a ajuda de um sénior com experiência para ir também adquirindo experiência); prática por rotina (desempenho de técnica ou procedimento com autonomia).

De acordo com as orientações do plano de estudos da Faculdade de Ciências Médicas, no 6º ano e considerando os objectivos de Bolonha, haverá que dar ênfase a aspectos de diagnóstico diferencial e de terapêutica. Assim, independentemente do seu desempenho futuro como clínico geral, pediatra ou outro, no fim do curso e após um período de prática tutelada, o aluno deverá ter conhecimentos básicos, possuir aptidões e adquirir sensibilidade para o aperfeiçoamento de atitudes. Deverá, ainda, adquirir autonomia suficiente para a prática da pediatria e capacidade de pesquisa para a prática de investigação.

Pré-requisitos

 

Conteúdo

- Os principais problemas da patologia da criança e adolescente em Portugal e no Mundo, através
da sua integração na actividade hospitalar (ambulatório e internamento);
- A organização das diferentes estruturas assistenciais no nosso país e respectiva articulação;
- Os princípios e práticas da pediatria preventiva e da educação para a saúde;
- A assistência pré-natal e medidas preventivas neste período;
- Os factores psicossociais actuando na família, escola e comunidade, susceptíveis de afectarem a
saúde da criança;
- As reacções da criança e família confrontadas com a doença e sua compreensão;
- O crescimento e desenvolvimento da criança saudável e com patologia, integrada no ambiente
familiar e social;
- Genética, nutrição e imunidade;
- O diagnóstico e os princípios gerais da actuação nas doenças mais comuns da criança e
adolescente, incluindo urgências e emergências;
- Identificação precoce dos desvios do crescimento e desenvolvimento;
- Identificação precoce de situações de risco e/ou sinais de suspeita de doenças raras;
- Identificação precoce de situações clínicas com indicação para a referência adequada e oportuna
a serviços especializados, valorizando a abordagem multidisciplinar.

Aptidões
- Colheita de dados anamnésticos;
- Realização do exame físico, respeitando a personalidade da criança ou adolescente, informando
os pais;
- Estabelecimento de comunicação com a criança ou adolescente, família e outros profissionais de
saúde;
- Avaliação do crescimento, desenvolvimento e estado nutricional;
- Interpretação de exames complementares correntes, a discussão do diagnóstico, propondo
orientação terapêutica adequada;
- Prescrição de fármacos correntes;
- Realização de técnicas e manobras simples (v.g. aspiração de secreções, ventilação com Ambu,
colocação de sonda nasogástrica, determinação da glicémia, análise sumária de urina com tiras
reagentes);
- Avaliação do estado geral duma criança, do estado de consciência, dos sinais de dificuldade
respiratória, meníngeos, de choque, de asma e de insuficiência cardíaca;
- Reconhecimento de critérios de gravidade;
- Compreensão de situações no limite da normalidade;
- Elaboração do relatório clínico informativo, resumindo à família de forma compreensível e
humanizada, o problema em causa, a terapêutica aconselhada e o prognóstico.

Atitudes
- Compreender a importância dos cuidados primários na promoção do bem-estar físico, mental e
social da criança e adolescente;
- Compreender a importância do agregado familiar na saúde da criança e adolescente;
- Compreender as repercussões da doença e suas sequelas, da deficiência e da morte da criança, no
agregado familiar;
- Compreender a necessidade de cuidar da criança enquanto se combate a doença;
- Compreender a necessidade da continuidade dos cuidados pediátricos;
- Compreender e abordar os problemas psicossociais dos adolescentes e das crianças vítimas de
maus tratos e negligência;
- Aceitar os princípios gerais e as responsabilidades éticas e morais inerentes à assistência à
criança e adolescente;
- Aceitar o dever ético da formação contínua com espírito de iniciativa e não na perspectiva de
aquisição passiva com a finalidade de progressão nas competências;
- Aceitar a abordagem assistencial multidisciplinar;
- Participar em projectos de investigação adequados à sua diferenciação e disponibilidade;
- Melhorar a sua percepção dos aspectos administrativos e financeiros subjacentes a toda a
actividade médica;
- Compreender a importância da lavagem das mãos como meio de prevenir as infecções, atitude
que deverá ser praticada antes e depois de observar cada criança;
- Compreender a importância de um comportamento adequado em ambiente hospitalar ou
qualquer outra instituição ligada à saúde evitando, por exemplo indumentária inadequada, tom de
voz elevado, comentários na presença da criança ou familiares, interferência nas actividades
assistenciais;
- Respeitar diferenças de culturas e de modo de vida de doentes/familiares e colegas;
- Reconhecer os direitos das crianças, hospitalizadas ou não, respeitando a confidencialidade e
atendendo à eventual necessidade do consentimento esclarecido;
- Aceitar as incertezas da medicina;
- Compreender as responsabilidades éticas e morais ligadas à prestação de cuidados médicos;
- Compreender a importância da prestação de cuidados médicos da mais elevada qualidade;
- Desenvolver a capacidade de autocrítica, aceitando a avaliação, por pares, das tarefas
desempenhadas;
- Aceitar as limitações pessoais compreendendo a importância e a filosofia do trabalho em equipa,
solicitando aos seus pares apoio sempre que necessário;
- Desenvolver a capacidade para adaptação à mudança;
- Aceitar responsabilidade no contributo para os avanços do conhecimento médico na perspectiva
da melhoria dos cuidados médicos a prestar.

Bibliografia

LISSAEUR, Tom; CLAYDEN, Graham. Illustrated Textbook of Paediatrics. 4rd ed. Oxford: Mosby Elsevier, 2012.

AMARAL João Videira. Tratado de Clínica Pediátrica. 1ª ed. Lisboa: Abbott Laboratórios, 2008.

PALMINHA, J. Martins; CARRILHO, Eugénia Monteiro. Orientação diagnóstica em pediatria: dos sinais e sintomas ao diagnóstico diferencia. Lisboa: Lidel, 2002.

MARCDANTE Karen; KLIEGMAN, Robert; BEHRMAN, Richard; JENSON, Hal.

 

Nelson Essentials of Pediatrics, 6th ed. Philadelphia, Elsevier Saunders, 2011.

 

KLIEGMAN, M. Robert; STANTON, Bonita; GEME, St Joseph; SCHOR, F. Nina. Nelson Textbook of Pediatrics. 19 th ed. Philadelphia, Elsevier Saunders, 2011.

Saúde Infantil e Juvenil: Programa-tipo de actuação. Direcção Geral da Saúde, Orientações Técnicas nº 12. 2ªed. Lisboa, 2005.

Urgências no Ambulatório em Idade Pediátrica. Direcção Geral da Saúde, Orientações Técnicas nº 14, vol. I. Lisboa, 2004.

Urgências no Ambulatório em Idade Pediátrica. Direcção Geral da Saúde, Orientações Técnicas nº 14, vol. II. Lisboa, 2005.

 

Método de ensino

O processo de ensino–aprendizagem do estágio de Pediatria integra blocos rotativos de quatro semanas, com uma escolaridade de 196 horas (120 de contacto), e decorre no Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE; Hospital de São Francisco Xavier, Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE e Hospital CUF Descobertas.

Método de avaliação

A avaliação será feita de acordo com o regulamento em vigor para o mestrado integrado em
Medicina da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa. Este regulamento
prevê que só serão avaliados os alunos com pelo menos 2/3 das presenças registadas pelo aluno e
validadas pelo assistente.
A avaliação final é expressa de zero a 20 valores e será obtida pela média ponderada da avaliação
contínua e da classificação do seminário. A primeira é atribuída pelo assistente e a segunda pela
média aritmética da classificação atribuída por cada assistente presente no seminário e pelo regente.
A nota final será arredondada às unidades. Aos alunos que não participem no seminário ser-lhes-á
atribuída nota zero nesta componente de avaliação. Terão aprovação os alunos com nota final igual
ou superior a 10 valores.
Avaliação contínua - critérios (0,0 a 20,0)
- Assiduidade, participação e integração na equipa (0,0 a 6,0)
- Relações humanas (equipa, criança, família) (0,0 a 3,0)
- Registo de procedimentos durante o estágio, comprovados
pelos assistentes a que o aluno esteve agregado
(0,0 a 3,0)
- Discussão de história clínica de um doente (0,0 a 4,0)
- Conhecimentos teóricos (0,0 a 4,0)
Avaliação do seminário – critérios (0,0 a 20,0)
- Adequação da estrutura da apresentação (0,0 – 4,0)
- Clareza e objectividade na apresentação (0,0 – 4,0)
- Forma e qualidade de comunicação (0,0 – 4,0)
- Duração da apresentação (0,0 – 4,0)
- Discussão do tema da apresentação (0,0 – 4,0)

Cursos