
Arqueologia Pré-Histórica (Sociedades Agro-Pastoris e Metalurgistas)
Código
711051004
Unidade Orgânica
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
Departamento
História
Créditos
6
Professor responsável
Mário Varela Gomes
Horas semanais
4
Língua de ensino
Português
Objectivos
1. Conhecer a evolução das comunidades humanas, em Portugal, em termos económicos, sociais, tecnológicos e ideológicos, desde os primeiros tempos holocénicos até às sociedades metalurgistas, com economia complexa, da Idade do Bronze Final.
2. Estudar a evolução das comunidades humanas, através dos testemunhos da cultura material, durante o Epipaleolítico, Mesolítico, Neolítico, Calcolítico e Idade do Bronze, conferindo especial relevo aos sítios e aos testemunhos arqueológicos.
3. Compreender os contextos económicos, sócio-culturais e ideológicos das sociedades humanas, desde a transição entre as economias predadoras e as produtoras de alimentos, tal como o desenvolvimento subsequente, ocorrendo primeiramente a consolidação da economia agro-pastoril e, em seguida, a produção e comercialização de artefactos metálicos, que conduziu à existência de sociedades complexas.
Pré-requisitos
Não se aplica
Conteúdo
No âmbito desta unidade curricular são tratados os seguintes temas:
Dos últimos caçadores-recolectores aos primeiros agricultores
(i)- Adaptação das sociedades de caçadores-recolectores às alterações climáticas holocénicas, a partir de há cerca de 10 000 BC.
(ii)- Dinâmicas de semi-sedentarização mesolíticas (mobilidade logística e economia de caça-recoleção-armazenamento).
(iii)- Processo de neolitização do território português, referido ao mundo mediterrâneo, a partir de meados do VI milénio BC;
(iv)- As primeiras sociedades camponesas e a emergência da superstrutura funerário-religiosa megalítica.
Da revolução dos produtos secundários da criação de gado às primeiras sociedades agro-metalúrgicas
(i)- Revolução dos produtos secundários da criação de gado (RPS), de que se destaca a componente da aplicação à agricultura da força de tracção do gado bovino através do carro e do arado, e a consolidação da economia agro-pastoril, nas últimas três centúrias do IV milénio BC (povoados de silos e fossos).
(ii)- Economias agro-marítimas filiadas na tradição mesolítica tardia dos estuários do Tejo e Sado e configuração de uma possível divisão sócio-territorial do trabalho, no final do Neolítico e durante o Calcolítico, associada a intensa exploração de sal marinho por essas comunidades, sal destinado à conservação de excedentes produzidos no quadro da RPS.
(iii)- Emergência das sociedades metalurgistas e acréscimos de complexidade social durante a 1ª metade do III milénio BC.
(iv)- Transformações económicas e sociopolíticas da 2ª metade do III milénio, com o colapso da organização social calcolítica, herdada das sociedades tribais do Neolítico, e reorganização do poder sob formas verticalmente hierarquizadas (Horizonte Campaniforme/Bronze antigo).
(v)- Das chefaturas incipientes da Idade do Bronze médio, do II milénio BC, com destaque para a cultura do Bronze do Sudoeste, aos alvores das chefaturas guerreiras complexas do Bronze final, consolidadas a partir de cerca de 1200 BC.
Bibliografia
Cardoso, J. L. (2002) - Pré-história de Portugal. Lisboa: Verbo., 456 pp.
Chapman, R. (1990) Emerging complexity. The Later Prehistory of South-East Spain, Iberia and the West Mediterranean. Cambridge: Cambridge University Press, 304 pp.
Gonçalves, V. dos S. e Sousa, A. C. (eds.) (2010) - Transformação e mudança no Centro e Sul de Portugal: o 4o e o 3o milénios a.n.e. Cascais: Câmara Municipal de Cascais e Uniarq, 581pp.
Soares, J. (2003) Os Hipogeus Pré-Históricos da Quinta do Anjo (Palmela) e as Economias do Simbólico. Setúbal: Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal, 238 pp.
Tavares da Silva, C. e Soares, J. (2006) Territórios da Pré-história em Portugal. Setúbal e Alentejo Litoral. Tomar: CEIPHAR, 209 pp.
Método de ensino
O programa da disciplina é ministrado em sala de aula, com recurso a tecnologia informática, sob a forma de apresentação de ficheiros PPoint. ppt e de bibliografia relevante, disponibilizada e explicada. Privilegia-se a participação dos alunos no debate em torno das problemáticas que vão sendo apresentadas; fomentam-se leituras criticas das realidades em análise. Assegura-se a transferência de informação sobre eventos arqueológicos com interesse formativo e acessíveis aos alunos, que vão ocorrendo em diversas instituições.
Realizam-se, por semestre, duas visitas a museus de arqueologia e/ou a sítios arqueológicos por forma a favorecer o contacto direto dos alunos com o registo empírico. Acompanha-se o progresso da componente formativa autónoma, através de esclarecimento de dúvidas e orientação dos alunos.
Método de avaliação
A avaliação de conhecimentos é expressa na escala numérica de 0 a 20 valores e consta de dois testes escritos, e de uma apresentação oral em grupo, sobre tema pertinente, escolhido pelos alunos e aprovado pela docente.