
História e Teorias do Jornalismo
Código
722011135
Unidade Orgânica
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
Departamento
Ciências da Comunicação
Créditos
10
Professor responsável
Carla Baptista
Horas semanais
3 letivas + 1 tutorial
Língua de ensino
Português
Objectivos
a) Compreender o jornalismo enquanto campo historicamente construído e a especificidade teórica de uma história dos media e de uma história do jornalismo.
b) Relacionar os sistemas mediáticas e a produção jornalística com os sistemas económicos e políticos.
c) Analisar os diversos modelos de sistemas mediáticos, e a sua articulação com os contextos históricos, diferenciando as tradições europeias e a norte-americana.
d) Discutir os efeitos da deslocalização do trabalho jornalístico: podemos pensar o jornalismo sem a existência de redacções? Os discursos jornalísticos e o reequacionamento dos processos de selecção, em função dos impactos na profissão e nos públicos provocados pela transição para o digital. Os novos produtores de conteúdos informativos, formativos e de entretenimento, como bloguers, twiters, cidadãos e instituições podem ser considerados jornalistas? Existe jornalismo sem jornalistas? Projetar cenários para a sobrevivência do jornalismo no futuro.
e) Reforçar a noção de responsabilidade social dos media perante os cidadãos. Discussão sobre limites éticos e deontológicos do jornalismo, numa perspectiva histórica e cultural. Formas de auto e hetero regulação do jornalismo.
f) Estudo de caso: continuidades e mudanças na história do jornalismo português, desde os anos 60 do século XX até à actualidade.
Pré-requisitos
Não tem.
Conteúdo
Esta disciplina aborda o jornalismo como um campo social, numa dupla perspectiva: ao nível da reflexão académica (as teorias); e dos contextos sociais e culturais (a história). As teorias jornalísticas são vistas como quadros de análise da vinculação da actividade jornalística à vida social, propondo-se uma leitura crítica e uma atenção aos contextos espacio-temporais concretos, valorizando a dimensão histórica e o carácter socialmente construído, não só da produção e da recepção do jornalismo, mas também do pensamento sobre o jornalismo.
O programa inicia-se no século XIX, com o início da profissionalização e industrialização do jornalismo, o crescimento dos públicos e a progressiva consensualização de um conjunto de valores profissionais, éticos e deontológicos. Procura valorizar uma discussão que, a partir dessa origem construída, vá integrando as questões mais relevantes suscitadas e atravessadas pelo jornalismo, nomeadamente as transformações registadas ao nível dos suportes tecnológicos, das linguagens, das narrativas, da relação com os poderes político e económico e com os públicos. Neste âmbito, serão ainda abordadas as transformações no campo profissional do jornalismo, na formação e difícil aferição de competências dos jornalistas e na visão tradicional das empresas de media como espaços de socialização e aprendizagem de regras e valores intrínsecos da profissão.
Bibliografia
1) BATISTA, Carla (2011), Apogeu, Morte e Ressurreição da Política nos Jornais Portugueses do século XIX ao Marcelismo. Lisboa: Editora Escritório.
2) BATISTA, Carla; CORREIA, Fernando (2007), Jornalistas, entre o ofício e a profissão. Lisboa: Editorial Caminho.
3) CURRAN, James (1996) Commercialism and Professionalism in the American News Media, in James Curran (ed.) Mass Communication and Society. London: Arnold.
4) McNAIR, Brian (1998), The Sociology of Journalism. London: Arnold.
5) SCHUDSON, Michael (1995), The power of news. New York: Harvard University Press.
Método de ensino
As aulas serão um misto de exposição teórica por parte do docente, discussão coletiva de textos previamente distribuídos e análise prática de materiais jornalísticos.
Método de avaliação
A avaliação distribui-se por três elementos:
1. Um trabalho final, estruturado como um artigo científico, ou um ensaio académico, de preferência com uma componente empírica, sobre um dos temas incluídos no programa, valendo 50% da nota, que não deverá exceder os 20 000 caracteres.
2. Uma recensão crítica de uma dos livros ou artigos da bibliografia da cadeira, ou outro relacionado que deve ser previamente comunicado à docente, valendo 25% da nota, e que não deverá exceder os 6000 caracteres.
3. A participação na aula, nomeadamente através da leitura de textos e outros materiais pedagógicos, e o contributo para a dinamização de pelo menos uma parte de uma das sessões lectivas, com entrega posterior de materiais escritos, valendo 25% da nota.