Faculdade de Ciências Sociais e Humanas

Seminário de Especialidade em Estética

Código

73203103

Unidade Orgânica

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas

Departamento

Filosofia

Créditos

10

Professor responsável

João Pardana Constâncio

Horas semanais

2

Língua de ensino

Português

Objectivos

a) Aquisição da capacidade de distinguir o \"processo\" que conduz à criação da obra de arte de outros processos ou tipos de trabalho;
b) Aquisição da capacidade de problematizar as categorias clássicas da estética tais como \"experiência estética\", \"valor estético\", \"sujeito criador\", \"belo\", \"attitude estética\";
c) Aquisição de conhecimentos aprofundados sobre as principais teorias estéticas.

Pré-requisitos

Não aplicável

Conteúdo

O tema do curso a leccionar nesta unidade curricular é a tese segundo a qual a criação artística depende da existência de uma comunidade. Assim, e num primeiro momento, partir-se-á da noção de sensus communis proposta por Kant na Crítica da Faculdade de Julgar e da leitura que dela fez Hannah Arendt para esclarecer em que sentido (a) o juízo acerca das obras de arte determina a própria possibilidade da existência de arte (pelo que a condição da criação artística não é simplesmente a actividade dos artistas) e (b) o juízo de gosto nunca é um juízo meramente privado, mas sim um juízo que se dirige sempre a um sensus communis e, portanto, à comunidade dos seres humanos.

Bibliografia

-ARENDT, Hannah, Lectures on Kant’s Political Philosophy, Chicago, The University of Chicago Press, 1992
-KANT, Immanuel, Kritik der Urteilskraft, in: Kant, I., Gesammelte Schriften, ed. Königliche Preussische Akademie der Wissenschaften/ Deutsche Akademie der Wissenschaften, Berlin, Walter De Gruyter, 1955-1966, vol. 5
-KANT, Immanuel, Crítica da Faculdade de Juízo, Introdução de António Marques, tradução e notas de António Marques e Valério Rohden, Lisboa, Imprensa Nacional - Casa da Moeda, 1998
-MONDZAIN, Marie-José, Homo spectator, Bayard Éditions, Paris, 2007
-MONDZAIN, Marie-José, A imagem pode matar?, Vega, Lisboa, 2009, Marie-José, Le commerce des regards, Éditions du Seuil, Paris, 2003

Método de ensino

(a) A maior parte das aulas são expositivas, embora com espaço para perguntas e intervenção dos alunos, bem como para a leitura de passagens relevantes dos textos em análise.
(b) Algumas aulas são leccionadas no chamado “regime de seminário”, i.e., consistem em leitura, comentário e análise de texto.
(c) Por fim, algumas aulas (a que chamamos “práticas” nos sumários) consistem na discussão — com os alunos — de matérias já expostas e dos problemas que elas levantam.
Em colaboração com a Fundação Calouste Gulbenkian, procurar-se-á partir da análise de obras dos acervos do Museu Calouste Gulbenkian e do Centro de Arte Moderna (CAM). A Dr.ª Maria João Branco leccionará um módulo sobre obras-chaves do CAM e a sua relevância para os temas do curso.

Método de avaliação

(a) O principal elemento de avaliação é um trabalho escrito com cerca de 12 páginas, sobre temas relacionados com o programa do curso. 
(b) O segundo elemento de avaliação consiste numa breve apresentação e discussão oral de do trabalho escrito.
(c) A assiduidade e a participação nas aulas contam para a classificação final de frequência.
(d) A classificação final de frequência resulta da ponderação das classificações obtidas nos parâmetros (a), (b) e (c), não podendo o trabalho escrito pesar menos de 70% nesta ponderação.

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