Faculdade de Ciências Sociais e Humanas

Problemáticas em Antropologia

Código

73200101

Unidade Orgânica

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas

Departamento

Antropologia

Créditos

10

Professor responsável

João de Freitas Leal, Maria Cardeira Silva, Paula Godinho

Horas semanais

2

Língua de ensino

Português

Objectivos

O objectivo do seminário é a caracterização de algumas das principais tendências e desafios que caracterizam a antropologia contemporânea. O programa compreende três módulos. No primeiro módulo serão discutidas alguns tópicos que atravessam uma parte significativa da produção antropológica contemporânea: hibridez, a natureza do laço social, as configurações contemporâneas da cultura e a relação entre teoria e utopia. Seguir-se-á um módulo que abordará processos disruptivos na antropologia activados pelo fim do colonialismo moderno: as críticas subalternas e dos halfies ao universalismo e positivismo, a tematização pelo feminismo de outras formas de expressão de identidade feminina, a emergência e discussão de concepções de diáspora. O módulo final será consagrado à antropologia crítica, que remete para uma abordagem a partir da realidade (as práticas em contexto), dos processos que tornam a cultura consubstancial ao tempo, e dos agentes, entretecendo os indivíduos no fio do tempo.

Pré-requisitos

Não aplicável.

Conteúdo

1. Contextos e debates da antropologia contemporânea: uma perspectiva de conjunto. Uma caracterização da antropologia contemporânea. Alguns debates transversais. Porque é que falamos tanto de híbridos? A natureza do laço social. A cultura é só um emblema? Teoria e utopia.
2. Disrupções na antropologia depois do colonialismo. Pós-colonialismo, neocolonialismo e nostalgia colonial. Raça e diáspora. Género, desejo e poder: feminismos subalternos.
3. Para uma antropologia crítica: realidades, processos e agentes. O princípio do real: Olhares sobre a cultura em tempo de neoliberalismo. O princípio do tempo: processos, trabalhos de memória, práticas do património. O princípio dos agentes: quotidianos, resistência e movimentos colectivos.

Bibliografia

BISSELL, W., 2005, “Engaging Colonial Nostalgia”, Cultural Anthropology 20 (2)
BRUBAKER, R., 2002, “Ethnicity Without Groups”, Archives Européennes de Sociologie XLIII (2)
CLIFFORD, J., 1994, “Diasporas”, Cultural Anthropology 9 (3)
COMAROFF, J. & J. COMAROFF, 2005, “Millennial Capitalism and the Culture of Neoliberalism, Edelman & Haugerud (eds.), The Anthropology of Development and Globalization, Oxford, Blackwell
FABIAN, J., 1996, Time and the Works of Anthropological Knowledge, Amsterdam, Harwood Academic Publishers
LATOUR, B., 1991, Nous N’Avons Jamais Été Modernes. Essai d’Anthropologie Symétrique, Paris, La Découverte
LATOUR, B., 2005, Reassembling the Social. An Introduction to Actor-Network Theory, Oxford, Oxford University Press.
MAHMOOD, S., 2006. “Teoria Feminista, Agência e Sujeito Liberatório”, Etnográfica X (1)
NAROTZKY, S. & G. SMITH, 2006, Immediate Struggles. People, Power and Place in Rural Spain, Berkeley, University of California Press

Método de ensino

As sessões do seminário desenvolvem-se em torno da discussão da bibliografia indicada para cada sessão. Um ou dois textos de referência são apresentados inicialmente por um ou mais estudantes, seguindo-se depois um período de discussão. Na segunda hora do seminário, a partir da discussão travada o(a) docente procura articular entre si as diferentes leituras propostas e fornecer uma visão de conjunto dos tópicos apresentados.

Método de avaliação

A avaliação é realizada módulo a módulo: o módulo 1 corresponde a 50% da avaliação final e os módulos 2 e 3 pesam cada um 25% na avaliação final. Em cada módulo serão usados os seguintes instrumentos de avaliação: a) assiduidade, participação nas sessões, apresentações orais e/ou escritas (30%); b) um ensaio final com o máximo de 10 páginas (módulo 1) e 5 páginas (módulos 2 e 3) (70%).

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