
Saúde Mental Global
Código
101188
Unidade Orgânica
NOVA Medical School | Faculdade de Ciências Médicas
Créditos
2
Professor responsável
Professor Doutor Benedetto Saraceno
Língua de ensino
Inglês.
Objectivos
Possibilitar ao aluno:
a) Compreender as ligações entre Saúde Mental Global e Saúde Global;
b) Compreender os dois principais argumentos nos quais a Saúde Mental Global se baseia;
c) Compreender os desafios da saúde mental nos países em desenvolvimento.
a) Compreender as ligações entre Saúde Mental Global e Saúde Global, destacando as especificidades da primeira;
b) Compreender os dois principais argumentos nos quais a Saúde Mental Global se baseia: o argumento de saúde pública e o argumento moral;
c) Compreender os desafios da saúde global nos países em desenvolvimento, em termos da falta de tratamento e da inaceitável baixa qualidade dos serviços de saúde;
d) Compreender a lacuna de recursos humanos e as suas implicações no acesso a cuidados;
e) Compreender as principais barreiras (culturais, económicas e políticas) que, nos países em desenvolvimento, tendem a impedir o acesso a cuidados de saúde mental efetivos;
f) Compreender o papel da cooperação internacional nas reformas de saúde mental;
g) Familiarizar-se com os principais Relatórios Internacionais, Declarações, Documentos Seminais e Iniciativas;
h) Compreender as especificidades e caraterísticas comuns das Reformas de Saúde Mental a nível global e familiarizar-se com Reformas de Saúde Mental a nível global;
i) Aprender sobre os processos formais e informais de chegar a consensos entre Governos;
j) Aprender formas eficazes de apresentar e discutir dados e projetos com as autoridades de saúde (por exemplo: Ministro da Saúde, diretor-geral da Saúde) ou com agências de financiamento).
Pré-requisitos
Conteúdo
A Unidade Curricular analisará as especificidades da Saúde Mental no domínio da Saúde Global e analisará os dados epidemiológicos globais que demonstram a razão pela qual a saúde mental deve ser uma prioridade na agenda da saúde pública global. A Unidade Curricular vai mostrar que, apesar da disponibilidade de tratamento custo-efetivo para a maioria das perturbações mentais, ainda existe uma enorme lacuna entre a implementação e as necessidades a nível mundial. Os dados do Atlas da OMS mostram que a maioria dos países em desenvolvimento tem menos de um psiquiatra e de um enfermeiro psiquiátrico por 100 000 habitantes. A maioria dos países em desenvolvimento aloca menos de 1% do orçamento da saúde à saúde mental. É instrutivo comparar o peso relativo das perturbações mentais com o orçamento atribuído à saúde mental. Proporcionalmente, a carga das perturbações mentais nos países em desenvolvimento é menor do que a dos países desenvolvidos (principalmente devido a uma maior carga de doenças infecciosas nos primeiros); no entanto, comparativamente, o orçamento para a saúde mental em países em desenvolvimento é ainda menor. Dada a disponibilidade de intervenções efetivas e acessíveis, há certamente fortes argumentos para reduzir o fosso entre a carga de doença e o orçamento, apesar de os decisores políticos precisarem de considerar a relação custo-efetividade para o uso dos recursos disponíveis. Um dos efeitos mais dramáticos da falta de recursos humanos e financeiros é a falta de tratamento, que é chocante e que em alguns países chega a 85% de casos não tratados. A Unidade Curricular irá fornecer informações atualizadas sobre iniciativas das Nações Unidas e de outras organizações bilaterais e/ou Não Governamentais na tentativa de reverter esta situação e de reduzir o fosso existente.
Bibliografia
- Desjarlais R, Eisenberg L, Good B, Kleinman A (1995): World Mental Health: Problems and Priorities in Low-Income Countries. Oxford University Press, New York-Oxford.
- WHO (2001) The World Health Report: Mental Health: New Understanding, New Hope. WHO, Geneva.
- Horton R (editor) (2007 Sept) Global Mental Health Series The Lancet, 1-98.
- Horton R (editor) (2011 Oct) Global Mental Health Series The Lancet,1-75.
- WHO (2010) Strategies to reduce the harmful use of alcohol. Draft Global Strategy. WHO, Geneva.
- Saraceno B, Dua T: Global Mental Health: the role of psychiatry. European Archives of Psychiatry Clinical .Neuroscience. 2009; 259 (Suppl 2): S109-S117.
- Patel V, Prince M (2010): Global Mental Health: A New Global Health Field Comes of Age. JAMA. 303( 19): 1976-1977 .
- Caldas de Almeida JM , Horvitz-Lennon M. An Overview of Mental Health Care Reforms in Latin America and the Caribbean. Psychiatric Services, Vol 61, 2010
Método de ensino
A Unidade Curricular será ministrada recorrendo a três métodos:
a) Exposição formal efetuada pelos docentes;
b) Discussão plenária sobre tópicos específicos e controversos;
c) Exercícios de role playing.
Cada tópico será introduzido por uma apresentação formal em power point. Esta apresentação será publicada na plataforma de e-learning, bem como artigos científicos ou capítulos de livro relevantes (note-se que para muitos participantes de países em desenvolvimento pode ser difícil obter literatura científica nos seus países). Serão também colocados à disposição dos alunos alguns documentos importantes não publicados (relatórios de viagem de peritos internacionais, deliberações da OMS).
Após a apresentação será organizada uma discussão plenária sobre temas controversos, dando a oportunidade aos participantes de apresentar as suas próprias experiências nacionais e, assim, promovendo o intercâmbio transcultural e transnacional.
Para a aprendizagem de formas eficazes de apresentar dados e projetos às autoridades de saúde (por exemplo: Ministro da Saúde) ou a agências de financiamento, os alunos serão envolvidos em exercícios de role playing (por exemplo, dois ou três alunos serão convidados a preparar uma declaração de 5 minutos para ser apresentada ao Ministro da Saúde do seu país e outros dois ou três alunos desempenharão o papel de ministro). Este tipo de exercício aumenta a capacidade dos alunos de fazer apresentações públicas, curtas e eficazes sobre questões importantes.
Método de avaliação
A avaliação da aprendizagem será feita através de 2 ou 3 trabalhos de 1200 palavras cada, com base em questões relacionadas com leituras recomendadas (artigos ou documentos oficiais).