
Filosofia da Natureza
Código
711031065
Unidade Orgânica
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
Departamento
Filosofia
Créditos
6
Professor responsável
João Pardana Constâncio
Horas semanais
4
Língua de ensino
Português
Objectivos
a) Situar a Filosofia da Natureza no quadro geral dos saberes filosóficos;
b) Identificar e enunciar com rigor as principais questões abordadas pela Filosofia da Natureza;
c) Conhecer directamente alguns dos textos mais relevantes da tradição filosófica no âmbito da Filosofia da Natureza;
d) Aprofundar as noções de natureza e de natural e situar estes conceitos no quadro dos conceitos com que mantêm relações de complementaridade ou de oposição;
e) Aprofundar questões relevantes da Filosofia da Natureza.
Pré-requisitos
Nenhum
Conteúdo
O curso consiste essencialmente numa reflexão sobre o sentido e as implicações da obra de Darwin para a filosofia da natureza. A primeira parte do curso consiste numa crítica darwinista da “crítica do juízo teleológico” em Kant. Na filosofia de Kant, a concepção revolucionária das leis mais básicas da natureza como projecções da cognição humana põe em xeque a objectividade dos juízos teleológicos, mas considera-se ser ainda compatível com a concepção de tais juízos como juízos “reguladores”. Com Darwin, a descoberta dos mecanismos da evolução torna tal visão insustentável. A segunda parte do curso ocupa-se de Nietzsche, em particular do modo como o seu (pós-)darwinismo o conduz à concepção da filosofia como “genealogia” e da natureza como “caos”. A terceira parte do curso ocupa-se da natureza humana. A concepção pré-darwinista da relação entre espírito (ou liberdade) e natureza (ou animalidade) em Hegel é questionada (mas ainda parcialmente defendida) à luz do darwinismo de Nietzsche.
Bibliografia
-Constâncio, J. (2010). Darwin, Nietzsche e as Consequências Filosóficas do Darwinismo. Cadernos Nietzsche 26, 109-154.
-Constâncio, J. (2012). Darwin e Nietzsche. In O. Pombo, O. & M. Pina (Org.), Em torno de Darwin (pp. 113-151). Lisboa: Fim de Século
-Darwin. C. (1982) [1859]. The Orgin of Species. London: Penguin.
-Dennett, D. C. (1995). Darwin´s Dangerous Idea: Evolution and the Meanings of Life, London: Penguin.
-Kant, I. (1998) [1790]. Crítica da Faculdade do Juízo, trad. A. Marques & V. Rohden. Lisboa: Imprensa Nacional.
-Lewens, T. (2007). Darwin, London/New York: Routledge.
-Pinkard, T. (2012). Hegel´s Naturalism: Mind, Nature, and the Final Ends of Life. Oxford: Oxford University Press.
-Richardson, J. (2004). Nietzsche’s New Darwinism. Oxford and New York: Oxford University Press.
-Stegmaier, W. (1987). Darwin, Darwinismus, Nietzsche, Zum Problem der Evolution. Nietzsche-Studien 16, 264-287.
Método de ensino
(a) A maior parte das aulas são aulas de exposição dialogada, isto é, de exposição teórica mas com espaço para perguntas e intervenção dos alunos, bem como para a leitura de passagens relevantes dos textos em análise.
(b) Algumas aulas são leccionadas no chamado “regime de seminário”, i.e., consistem em leitura, comentário e análise de texto (com recurso a pdf projectados por computador).
(c) Por fim, algumas aulas consistem na discussão — com os alunos — de matérias já expostas e dos problemas que elas levantam.
Método de avaliação
(d) A meio do semestre os alunos realizam uma prova de frequência que pesa 20% na avaliação final.
(e) O principal elemento de avaliação é uma segunda prova de frequência no final do semestre (70%);
(f) a assiduidade e a participação contribuem também para a nota final (10%).