
Questões de Ontologia
Código
722031054
Unidade Orgânica
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
Departamento
Filosofia
Créditos
10
Professor responsável
Mário Jorge Carvalho
Horas semanais
3 letivas + 1 tutorial
Língua de ensino
Português
Objectivos
a) Elevado nível de compreensão do sentido e especificidade da Ontologia, da sua pertinência como saber em falta (zêtoumenê epistêmê) e da sua articulação com as restantes disciplinas filosóficas e científicas;
b) Elevado nível de conhecimento da multiplicidade de abordagens desenvolvidas no âmbito da Ontologia;
c) Elevado nível de conhecimento dos conceitos relevantes no âmbito da Ontologia;
d) Elevada capacidade de analisar, comparar, criticar e usar esses conceitos, bem como de interpretar e discutir de forma autónoma concepções ou teses no âmbito da Ontologia;
e) Conhecimento aprofundado de textos fundamentais, com domínio da tradição interpretativa, do estado actual da investigação e do universo de bibliografia pertinente;
f) Realização de trabalho supervisionado de investigação, que documente desenvolvimentos originais e corresponda a padrões de qualidade científica;
g) Aquisição de competências para a realização autónoma de investigação no âmbito da Ontologia.
Pré-requisitos
Não aplicável.
Conteúdo
Confusão – um protagonista fácil de esquecer no pensamento ontológico
“Synchysis”, “synkechymenon”, “homou”, “confusio”, “confusus”, etc., designam um fenómeno crucial tanto na consciência pré-reflexiva do quotidiano, quanto no pensamento científico, filosófico ou ontológico. A confusão é uma “eminência parda” omnipresente. Mais: ela é algo de que nunca nos conseguimos livrar. Contudo, passa facilmente despercebida. Pois ou não se tem ideia dela, ou não se tem ideia da sua omnipresença, ou não se tem ideia do seu papel essencial. Além disso, a própria tentativa de captação da sua natureza acaba por ser vítima disso que procura captar.
Pretendem aprofundar a compreensão deste fenómeno, a) discutindo vários conceitos filosóficos de confusão (em Platão, Aristóteles, no Pórtico, em Duns Escoto, Leibniz, na Escolástica Alemã, em Kant, Fichte, Hegel, Husserl, Heidegger, etc.) e b) procurando focar o próprio fenómeno e o seu protagonismo clandestino em qualquer perspectiva ontológica.
Bibliografia
Platão (1899-1906). Platonis Opera, II, ed. J. Burnet. Oxford: Clarendon Pr., suc. reed.
Aristóteles (1831-1870/1960). Aristotelis opera, ed. Acad. Regia Borussica. Berlin: Reimer/de Gruyter.
Duns Scotus, J. (1891-1895). Opera Omnia. Paris: Vivès.
Idem (1950-). Opera omnia, ed. P. C. Balic. Civ. Vaticana: Typis Polyglottis Vaticanis.
Leibniz, G. W. (1880/1978). Die philosophischen Schriften, ed. C. J. Gerhardt. Berlin: Weidmann, reed. Hildesheim: Olms.
Idem (1971-). Sämtliche Schriften und Briefe, ed. Berlin-Brandenburgische Akademie der Wissenschaften/ Akademie der Wiss. in Göttingen. Berlin: Akad.-Verl.
Kant, I. (1902-). Kant´s gesammelte Schriften, Berlin-Brandenburgische Akademie der Wissenschaften/Akademie der Wissenschaften zu Göttingen, Berlin: Reimer/de Gruyter
Fichte, J. G. (1962-2012). Gesamtausgabe der Bayerischen Akademie der Wissenschaften. Stuttgart-Bad Cannstatt: Fromann-Holzboog
Husserl, E. (1950-). Gesammelte Werke (Husserliana). Den Haag/ Dordrecht: Nijhoff/ Kluwer
Método de ensino
Unidade curricular de carácter teórico-prático.
Regime de Seminário.
Análise filosófica do problema da confusão. Leitura, interpretação e comentário de textos filosóficos sobre esta matéria. Análise e discussão de questões de interpretação, bem como de teses e problemas em causa nos textos estudados.
As metodologias de ensino combinam a) uma análise exaustiva dos textos em causa, b) a análise teórica de problemas filosóficos e c) a discussão de teses alternativas, objecções, contra-exemplos, etc.
Método de avaliação
Avaliação individual. Elaboração de um trabalho escrito de investigação, com cerca de 20 páginas, sobre tema combinado com o Docente, e discussão desse trabalho (3/4). Participação nas sessões do seminário – intervenções orais (1/4).