
Questões de História da Filosofia
Código
722031059
Unidade Orgânica
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
Departamento
Filosofia
Créditos
10
Professor responsável
Marta Mendonça
Horas semanais
3 letivas + 1 tutorial
Língua de ensino
Português
Objectivos
a) Compreensão aprofundada da relevância da história da Filosofia como parte integrante dos problemas filosóficos e como fonte de interpelação e não-unilateralidade na reflexão filosófica;
b) Conhecimento aprofundado de questões fundamentais de história da Filosofia, de forma a conjugar a compreensão dos problemas em causa, do seu significado sistemático (e da sua relevância para o debate contemporâneo) com um amplo domínio das conexões históricas relevantes;
c) Conhecimento aprofundado de textos fundamentais de história da Filosofia, com domínio da tradição interpretativa, do estado atual da investigação e do universo de bibliografia pertinente;
d) Realização de trabalho supervisionado de investigação em história da Filosofia, que documente desenvolvimentos originais e corresponda a padrões de qualidade científica;
e) Aquisição de competências para a realização autónoma de investigação em história da Filosofia.
Pré-requisitos
Nenhum
Conteúdo
Erro, ilusão e ignorância
Tanto a consciência de que o conhecimento se inscreve num horizonte de ignorância e de que o erro é uma possibilidade inscrita no exercício do pensar, como o interesse em reconhecer a ilusão como tal fazem parte da matriz da atitude filosófica e, nesse sentido, marcam a filosofia de todas as épocas. Mas as relações da filosofia com estas noções – a delimitação dos seus âmbitos respectivos, a identificação do seu papel e a determinação do potencial de ameaça que representam para a tarefa do filósofo – alteraram-se significativamente no curso dos séculos. Na Modernidade a ignorância chegou por vezes a ser tomada como um operador do discurso filosófico, dando razão de porquê a atitude natural é constitutivamente ilusória e a verdade filosófica contraintuitiva. No seminário será analisado o modo como alguns autores do período moderno – Spinoza, Leibniz, La Mettrie e Hume – recorreram a estas noçoes para fundarem as suas teses ou para refutarem teses alheias.
Bibliografia
Hume, D. (1964), The Philosophical Works. 4 vols. Aalen: Scientia Verlag.
La Mettrie, J. O. (1796). Oeuvres philosophiques de La Mettrie, III volumes, Berlin: Chez C. Tutot.
Leibniz, G. W. (1965). Die philosophischen Schriften. 7 vols. Hrsg. Von K. I. Gerhardt. Hildesheim: Georg Olms Verlag.
Popkin, R. H. (2007), Skepticism: An Anthology. New York: Prometheus Books.
Spinoza, B. (1985). The Collected Works of Spinoza. 2 vols. Edited and translated by Edwin Curley. Princeton: Princeton University Press.
Método de ensino
O curso terá uma natureza teórico-prática, funcionando em regime de seminário. A metodologia dominante será a da análise de textos, sobretudo fontes. O fio condutor do seminário, que será também o dos textos a analisar, oscilará entre uma abordagem cronológica dos autores e uma análise comparativa das suas posições. Serão objecto de análise: o diverso sentido que as noções de erro, ilusão e ignorância adquirem em cada um dos autor, o papel que lhes corresponde no exercício da actividade filosófica e de que modo estas noções operam no debate filosófico e na sua resolução.
Método de avaliação
Participação oral nas sessões do seminário (35%).
Elaboração de um trabalho escrito (entre 18000 e 25000 caracteres, incluindo espaços) sobre um tema a acordar no início do semestre (65%).