Faculdade de Ciências Sociais e Humanas

Arte e Experiência - 2. semestre

Código

722031033

Unidade Orgânica

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas

Departamento

Filosofia

Créditos

10

Professor responsável

João Pardana Constâncio

Horas semanais

3 letivas + 1 tutorial

Língua de ensino

Português

Objectivos

a) Compreender, por um lado, a especificidade filosófica do questionamento estético e, por outro, a amplitude do campo disciplinar da Estética, o qual não se confunde mas se cruza com o da Filosofia da Arte;
b) Circunscrever a noção de “experiência estética”, a partir dos sentidos paradigmáticos que a palavra “experiência” assume em Filosofia e do seu uso nos domínios da Arte, distinguindo as várias perspectivas acerca da definição e do conteúdo da “experiência estética” na sua dinâmica histórica;
c) Problematizar o sentido e a pertinência desta noção na compreensão e análise das várias modalidades artísticas contemporâneas e na recepção crítica das suas expressões.

Pré-requisitos

Não aplicável.

Conteúdo

Filosofia & Cinema / O niilismo e a afirmação tragica da vida na história do cinema
Neste seminário, propõe-se uma reflexão sobre a relação entre filosofia e cinema assente na hipótese de as obras cinematográficas poderem ser verdadeiros “exercícios filosóficos, filosofia em acção — o cinema como um filosofar” (S. Mulhall, On film, Thinking in Action, London and New York, Routledge, 2002), em lugar de meras “ilustrações” de teses e argumentos filosóficos, ou de mera “matéria prima” para a reflexão filosófica. Pressupõe-se, noutros termos, que o cinema tem formas específicas de inteligibilidade que são “filosóficas” num sentido relevante. Partindo deste pressuposto, o seminário questiona a aplicabilidade de categorias tradicionais da estética ao cinema, bem como o modo como em alguns momentos-chave da história do cinema, incluindo da sua história recente, se pensam conceitos filosóficos fundamentais em termos especificamente cinematográficos. O trabalho do seminário incidirá muito particularmente sobre os conceitos de niilismo e afirmação trágica da vida em Nietzsche. A reflexão sobre estes conceitos terá como ponto de partida seis filmes:
1. O Sétimo Selo, de Ingmar Bergman
2. Double Indemnity, de Billy Wilder
3. A Laranja Mecânica, de Stanley Kubrick
4. Teorema, de Pier Paolo Pasolini
5. Édipo Rei, de Pier Paolo Pasolini
6. O cavalo de Turim, de Béla Tarr

Bibliografia

CONSTÂNCIO, João (2013), Arte e Niilismo — Nietzsche e o enigma do mundo, Lisboa: tinta-da-china
CONSTÂNCIO, João (2016), “Nietzsche on Nihilism (eine unersättliche Diskussion?), in: Bertino, A./ Poljakova, E./ Rupschus, A./ Alberts, B. (eds), Zur Philosophie der Orientierung, 83-100, Berlin/ Boston: de Gruyter
CONSTÂNCIO, João (forthcoming), “Nietzsche and Schopenhauer: On Nihilism and the Ascetic ‘Will to Nothingness’”, in S. Shapshy, The Palgrave Schopenhauer Handbook, New York: Palgrave Macmillan
PIPPIN, Robert B. (2012), Fatalism in American Film Noir: Some Cinematic Philosophy, Charlottsville and London: University of Virginia Press
RANCIÈRE, Jacques (2013), Béla Tarr: o tempo do depois, trad. L. Lima, Lisboa: Orfeu Negro

Método de ensino

A maior parte das aulas são aulas de exposição dialogada, isto é, de exposição teórica mas com espaço para perguntas e intervenção dos alunos, bem como para a leitura de passagens relevantes dos textos em análise.
Algumas aulas são leccionadas em “regime de seminário”, i.e., consistem em leitura, comentário e análise de texto.
Por fim, algumas aulas consistem na discussão — com os alunos — de matérias já expostas e dos problemas que elas levantam.

Método de avaliação

O principal elemento de avaliação é um trabalho escrito com cerca de 12 páginas (70%);
O segundo elemento de avaliação consiste numa breve apresentação e discussão oral;
Assiduidade e a participação serão valorizadas.

Cursos