Faculdade de Ciências Sociais e Humanas

Arquitetura de Museus e Museografia

Código

722051316

Unidade Orgânica

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas

Departamento

História da Arte

Créditos

10

Horas semanais

3 letivas + 1 tutorial

Língua de ensino

Português

Objectivos

A unidade curricular de Arquitectura de Museus e Museografia insere-se na área científica de Museologia e Património e visa proporcionar uma perspectiva global dos temas associados à concepção, construção e fruição de espaços museológicos, desde o edifício/contentor até aos conteúdos expositivos.
Considerando que se trata de um assunto complexo e de grande actualidade, procura-se analisar e discutir a Arquitectura de Museus e a Museografia nas suas múltiplas vertentes, designadamente: evolução histórica; dinâmicas socio-culturais associadas; intervenção urbana; requalificação do património arquitectónico; programa e requisitos técnico-funcionais; relação edifício/conteúdos expositivos; multidisciplinaridade; planeamento, investigação e comunicação.

Pré-requisitos

Não tem

Conteúdo

01. Arquitectura de museus e museografia na cultura contemporânea
Introdução geral e conceitos basilares. Enquadramento científico do tema e problemáticas actuais.
Património, museus e turismo cultural.
A cultura como evento mediático – as exposições “blockbuster”.
Museus e iconografia urbana.
Os museus como factores de regeneração das cidades.
02. Arquitectura de Museus e Museografia – breve perspectiva histórica
Síntese histórica da arquitectura de museus – evolução tipológica.
O museu como programa arquitectónico autónomo.
Principais modelos arquitectónicos oitocentistas – formulação, persistência e reinterpretação.
A nova monumentalidade e a cidade moderna.
As rupturas da segunda metade do século XX.
Os museus na viragem para o século XXI.
03. Museografia e exposições
Discussão do conceito de “exposição”. Colecção permanente vs. exposição temporária.
As diversas fases de concepção de uma exposição. Planeamento, intenção e recursos. Do
conceito ao projecto.
Design e montagem de exposições temporárias.
Processo de investigação e estratégias de comunicação.
Avaliação de uma exposição.
04. Arte e arquitectura
O contributo dos artistas para a redefinição de paradigmas na arquitectura de museus e na museografia.
O papel do comissário/curador.
Intervenções de artistas plásticos em espaços museológicos: instalação e site-specific.
Montagens efémeras e mobilização de públicos: as grandes retrospectivas, as feiras internacionais, as bienais de arte e arquitectura.
05. Plano, programa e projecto
Planificação museológica: antecedentes, contexto e condicionantes de um projecto.
A importância do programa para o desenvolvimento do projecto de arquitectura.
Multidisciplinaridade e constituição das equipas: coordenação e diferentes especialidades.
Requisitos fundamentais e caracterização espacio-funcional.
06. O museu e as exposições como intervenções no património arquitectónico
Conservação e reabilitação do património arquitectónico: alguns conceitos fundamentais.
Adaptação de património arquitectónico para funções museológicas/expositivas.
A diversidade tipológica dos imóveis preexistentes/reconvertidos.
Museus e centros de exposições em espaços expectantes ou inacabados: o museu como fórum, atelier ou laboratório.
07. Museus, exposições e novas tecnologias
As novas tecnologias de informação e comunicação em contextos museológicos/expositivos.
Afinidades conceptuais e tecnológicas entre museus de ciência e de arte contemporânea.
Representação vs. construção.
Novas espacialidades: os museus e a Internet.

Bibliografia

ALTSHULER, Bruce, Biennials and Beyond: Exhibitions that Made Art History: 1962-2002 (Salon to Biennial), Phaidon, London, 2013.
BARRANHA, Helena, Arquitectura de Museus de Arte Contemporânea em Portugal. Da intervenção urbana ao desenho do espaço expositivo, dissertação de Doutoramento apresentada na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, 2008.
BARKER, Emma (ed.), Contemporary Cultures of Display, Yale University Press/The Open University, New Haven/London, 1999.
KLÜSSER, Bernd e Katharina HEGENWISCH (eds.), L’Art de l’Exposition. Une documentation sur trente expositions exemplaires du XXe siècle, Editions du Regard, Paris, 1998 (ed. original em alemão, Insel Verlag, 1991).
LAMPUGNANI, Vitorio Magnano e Angeli SACHS, Museums for a New Millenium, Prestel, Munique, 1999.
LEÓN, Aurora, El museo: teoría, praxis y utopia, Ediciones Cáterda, Madrid, 1978.
MACLEOD, S., HANKS, L., and HALE, J. (eds.), Museum Making: Narratives, Architectures, Exhibitions, London and New York: Routledge, 2012.
MARINCOLA, Paula (ed.), Questions of Practice - What makes a great exhibition?, Philadelphia Exhibition Initiative-The Pew Center for Arts & Heritage, Philadelphia, 2006.
NAREDI-RAINER, Paul von, Museum Buildings – a design manual, Birkhäuser, Berlin, 2004.

Método de ensino

Com base num método de ensino teórico-prático, os conteúdos programáticos desta disciplina são apresentados em aulas teóricas que contam, em determinados tópicos, com o contributo de especialistas convidados e que apelam sempre à participação dos alunos. Algumas referências bibliográficas fundamentais constituem o suporte para a análise de casos paradigmáticos, promovendo-se, sempre que possível, o confronto entre o contexto internacional e exemplos portugueses.
De modo a aprofundar e complementar as sessões teóricas e a investigação bibliográfica, propõe-se a realização de visitas de estudo a museus e exposições temporárias. A elaboração de dois trabalhos práticos (individual e em grupo) pretende ainda constituir uma oportunidade de aprofundamento e aplicação de conceitos e metodologias de análise de edifícios e exposições.

Método de avaliação

A nota final de Arquitectura de Museus e Museografia resultará das seguintes ponderações:
▪ Trabalho de grupo (2 a 3 alunos) - análise de uma exposição (segundo guião pré-definido): 50%, dos quais 30% correspondem ao trabalho escrito e 20% à apresentação oral/discussão, em aula. Em alternativa, o trabalho de grupo poderá corresponder à organização de uma visita de estudo a uma exposição temporária (segundo guião pré-definido): 50%, dos quais 30% correspondem à componente escrita (programa e relatório da visita) e 20% à realização da mesma, com introdução a cargo dos alunos.
▪ Trabalho individual, sob a forma de artigo sobre Arquitectura de Museus, para hipotética ou eventual publicação numa revista na revista MIDAS – Museus e Estudos Interdisciplinares (de acordo com enunciado específico e as normas de publicação da revista): 50%.

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