Filosofia e Cinema - 2. semestre
Código
722031092
Unidade Orgânica
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
Departamento
Filosofia
Créditos
10
Professor responsável
João Pardana Constâncio
Horas semanais
3 letivas + 1 tutorial
Língua de ensino
Português
Objectivos
1) Adquirir um conhecimento crítico aprofundado dos problemas fundamentais da relação entre filosofia e
cinema;
2) Adquirir um conhecimento crítico do modo como os temas actuais da reflexão filosófica sobre o cinema se
enquadram na tradição filosófica;
3) Adquirir a capacidade de reconhecer e pensar criticamente uma diversidade de posições filosóficas
diferentes sobre os problemas da filosofia do cinema;
4) Adquirir a capacidade de pensar filosoficamente o cinema como arte.
Pré-requisitos
Não aplicável.
Conteúdo
Relações de poder e lutas por reconhecimento
Neste seminário, propõe-se uma reflexão sobre a relação entre filosofia e cinema assente na hipótese de as obras cinematográficas poderem ser verdadeiros exercícios filosóficos, filosofia em acção o cinema como um filosofar (S. Mulhall, On film, Thinking in Action, Routledge, 2002). O trabalho do seminário incidirá sobre a questão de saber a que ponto todas as relações sociais e interpessoais (incluindo as que são essencialmente discursivas) devem ser entendidas como relações de poder e a que ponto, por outro lado, a liberdade humana depende da possibilidade de relações de reconhecimento recíproco que envolvam a justificação intersubjectiva de normas e a institucionalização da igualdade entre seres racionais. A reflexão sobre esta questão assentará no estudo do pensamento de Hegel, Nietzsche, Foucault e Honneth, mas também na reflexão sobre sete filmes:
1. Die Bewerbung (Interview), de Harun Farocki (Susana Nascimento)
2. Gefängnisbilder (Prison Images), de Harun Farocki (Stefanie Baumann)
3. Leben: BRD, de Harun Farocki (Susana Nascimento & Stefanie Baumann)
4. Das Schloss (O Castelo), de Michael Haneke (Claudio Rozzoni)
5. Le Fils (O Filho), de Jean-Pierre e Luc Dardenne (João Constâncio)
6. La Société di spectacle, de Guy Debord (Gianfranco Ferraro)
7. Jeder für sich und Gott gegen alle (Kaspar Hauser), de Werner Herzog (Paolo Stellino)
Bibliografia
CONSTÂNCIO, João, Lutas por reconhecimento e vontade de poder: uma afinidade entre Hegel e Nietzsche?, Cadernos Nietzsche 37 (2016: 88-144)
CONSTÂNCIO, João, Hegel and Nietzsche on Recognition and Power, in: K. Hay/ L.R. Santos (eds.), Nietzsche, German Idealism and Its Critics, 66-99, Berlin/ Boston, De Gruyter, 2015
CONSTÂNCIO, João/ FAUSTINO, Marta, Nietzsche and Foucault on Power. From Honneths Critique to a New Model of Recognition, in J. Westphal/ A. Rosenberg (eds.), Nietzsche and Foucault: An Encounter, London/ New York: Bloomsbury, forthcoming
HONNETH, Axel, The Critique of Power, Cambridge Mass./ London, MIT, 1991
MOSLEY, Philip, The Cinema of the Dardenne Brothers, New York, Columbia University Press, 2013
Método de ensino
O principal método é exposição dialogada, isto é, a exposição teórica mas com espaço para perguntas e intervenção dos alunos, bem como para a leitura de passagens relevantes dos textos em análise.
As aulas incluem o visionamento das obras cinematográficas mais relevantes para o curso, bem como a sua discussão aprofundada.
Método de avaliação
O principal elemento de avaliação é um trabalho escrito com cerca de 12 páginas (70%);
Assiduidade e a participação (30%) são valorizadas.