Faculdade de Ciências Sociais e Humanas

Filosofia da Natureza e do Ambiente

Código

722171281

Unidade Orgânica

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas

Departamento

Formação ao Longo da Vida

Créditos

10

Horas semanais

3 letivas + 1 tutorial

Língua de ensino

Objectivos

Objectivos gerais:
1) Elucidar o lugar matricial da natureza no modelo de racionalidade inaugurado pelos Gregos;
2) Caracterizar a representação hegemónica da natureza na primeira modernidade, confrontando‐a com outras representações;
3) Identificar novos caminhos na abordagem da natureza;
3) Articular as noções de natureza e de ambiente;
4) Indagar as implicações epistemológicas, éticas e políticas da preocupação com o
ambiente;
Objectivos específicos:
1) Elucidar o significado da noção de physis na filosofia grega;
2) Mostrar como a fórmula de F. Sanches “Vou seguir a mera natureza com a razão” condensa o programa científico da modernidade;
3) Delinear o quadro em que se afirma o paradigma mecanicista;
4) Perspectivar o debate suscitado pelo mecanicismo, em especial a controvérsia mecanicismo‐vitalismo;
5) Elucidar o significado da Crítica da Faculdade do Juízo kantiana no que respeita à consideração da natureza;
6) Correlacionar os conceitos de natureza e de ambiente, evidenciando o carácter abrangente da noção de ambiente;
7) Indagar as implicações éticas da filosofia do ambiente, ao substituir a perpspectiva antropocêntrica por uma perspectiva cosmocêntrica.
8) Indagar as implicações políticas da filosofia do ambiente.

Pré-requisitos

Conteúdo

O tópico introdutório será a relação entre natureza e inteligibilidade aquando da emergência do pensamento racional na Grécia antiga e na filosofia natural da primeira modernidade.
Ponto I: o significado do mecanicismo moderno como paradigma compreendendo saberes, explicações, dispositivos metodológicos, valores e um estilo de relação entre homem e natureza.
Ponto II. Problematicidade intrínseca do paradigma mecanicista e procura de novos caminhos, realçando a significação da obra de Kant, Crítica da faculdade do juízo, em que o autor propõe uma concepção teleológica dos corpos orgânicos.
Ponto III. O paradigma ecológico na sua vertente epistemológica, antropológica, ética e política.
Conclusão: Riscos e desafios da cultura tecnológica.

Bibliografia

Beckert, Cristina e Varandas, M. José, Ética ambiental, uma ética para o futuro, Lisboa, CFUL, 2003.
Boyle, Robert, A free enquiry into the vulgarly received notion of nature, Cambridge, CUP, 1966.
Kant, Immanuel, Crítica da faculdade do juízo, Lisboa, INCM, 1992.
Ingold, Tim, The perception of the environment. Essays on livelihood, dwelling and skill, London / New York, Routledge, 2000.
Marques, Viriato Soromenho, Os desafios da crise global do ambiente, Mem‐Martins, Publicações Europa‐América, 1998.
Serrão, Adriana, Filosofia da Paisagem – Uma Antologia, Lisboa, CFUL, 2011.

Método de ensino

O método pedagógico articulará exposição, exercício prático de análise de texto e iniciação ao trabalho de investigação, estimulando a elaboração e apresentação de trabalhos de pesquisa.

Método de avaliação

A avaliação será feita pela assiduidade e participação oral (30%), relatório ou trabalho de investigação (70%).

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