Faculdade de Ciências Sociais e Humanas

Questões de Antropologia Filosófica - 1. semestre

Código

722031032

Unidade Orgânica

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas

Departamento

Filosofia

Créditos

10

Professor responsável

Mário Jorge Carvalho, Nuno Carlos Venturinha

Horas semanais

3 letivas + 1 tutorial

Língua de ensino

Português com apoio tutorial em LE

Objectivos

a)Formação avançada na área disciplinar da Antropologia Filosófica, com elevado nível de conhecimento dos seus problemas fundamentais, da sua história, dos seus debates doutrinais e metodológicos, bem como da sua articulação com outras áreas disciplinares;
b)Conhecimento aprofundado de textos fundamentais no âmbito disciplinar da Antropologia Filosófica, com domínio da tradição interpretativa e do estado actual da investigação a seu respeito;
c)Elevada capacidade de reflexão e análise crítica de problemas no âmbito da Antropologia Filosófica;
d)Realização de investigação supervisionada no âmbito disciplinar da Antropologia Filosófica, que responda a elevados padrões de rigor e exigência;
e)Aquisição de competências para a o desenvolvimento de investigação autónoma no âmbito disciplinar da Antropologia Filosófica.

Pré-requisitos

Não aplicável.

Conteúdo

Turma A
Questões e ideias antropológicas em Marco Aurélio, Ta eis heauton

Que espécie de livro é Ta eis heauton? Ainda vale a pena lê-lo? De que é que trata? Que fio de Ariana pode ajudar-nos a encontrar o caminho no seu labirinto? Que é que é ‘vivo’ e que é que é ‘morto’ neste livro? Têm as meditações de M. Aurélio já só um interesse puramente histórico – ou podem ajudar-nos a compreender melhor que está em causa na Antropologia Filosófica?
A tarefa deste seminário é responder a estas perguntas e explorar Ta eis heauton como um livro que nos desafia e põe à prova. Também poderíamos falar de um metafórico “espelho” em que nos é dado ver-nos reflectidos e descobrir ângulos cegos (questões, possibilidades, traços insuspeitados) na nossa compreensão de nós mesmos e dos outros.
Com o seu habitual espírito e perspicácia, Lichtenberg ‘acerta em cheio’ ao falar algures de “novos olhares pelos antigos buracos” (“Neue Blicke durch die alten Löcher!”). É justamente isso que nos propomos obter.


Turma B

Factos e Valores

Na sua obra inicial, o Tractatus, Wittgenstein faz uma distinção marcante entre os factos do mundo, entendidos como aquilo que acontece, e a valoração que o homem lhes atribui, seja ela de índole estética, ética ou religiosa. Os objetos ou os estados de coisas passam, assim, a ser vistos no âmbito de uma relação antropológica fundamental, que culmina numa peculiar visão solipsístico-transcendental de contornos linguísticos. O seminário visa acompanhar primeiramente a antropologia filosófica que se delineia no período tractariano, examinando posteriormente o seu amadurecimento na chamada “segunda” filosofia de Wittgenstein, onde a distinção entre facto e valor dá lugar a um estudo da multiplicidade dos jogos de linguagem que caracterizam o humano. Centraremos a nossa atenção nos jogos estéticos, éticos e religiosos, os quais nos permitirão aceder de forma exemplar à ideia wittgensteiniana de uma “história natural do homem” ou dos “conceitos humanos”.

Bibliografia

A. S. L. FARQHARSON (ed.), The Meditations of the Emperor Marcus Antoninus, II, Oxford, Clarendon Press, 1944.
H. SCHENKL (ed.), Marci Antonini Imperatoris in semet ipsum libri XII, Leipzig, Teubner, 1913.
I. H. LEOPOLD (ed.), Marcus Antoninus Imperator ad se ipsum, Oxford, Clarendon Press, 1908, 1948.
C. R. HAINES (ed.), The Communings with Himself of Marcus Aurelius Antoninus, London/N.Y., W, Heinemann, G. P. Putnam’s, 1916, 1987.



Método de ensino

Unidade curricular de carácter teórico-prático.
Regime de Seminário.
Leitura, interpretação e comentário de Ta eis heauton. Análise e discussão de questões de interpretação (incluindo também questões sintácticas e semânticas), bem como de teses e problemas em causa no texto estudado.
As metodologias de ensino combinam a) uma análise exaustiva de Ta eis heauton (das suas diferentes partes, da respectiva conexão, do nexo com outras componentes do corpus stoicorum), b) a análise teórica de problemas filosóficos e c) a discussão de teses alternativas, objecções, contra-exemplos, etc.

Método de avaliação

Turma A
Avaliação: Avaliação individual. Elaboração de um trabalho escrito de investigação, com cerca de 20 páginas, sobre tema combinado com o Docente, e discussão desse trabalho (3/4). Participação nas sessões do seminário – intervenções orais (1/4).

Turma B
O método de ensino adotado combina leituras e comentários de textos em seminário com a discussão de trabalhos apresentados pelos alunos.


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