NOVA Medical School | Faculdade de Ciências Médicas

Introdução à Pediatria e Saúde na Adolescência

Código

11189

Unidade Orgânica

NOVA Medical School | Faculdade de Ciências Médicas

Departamento

AEI - Medicina da Mulher, Infância e Adolescência

Créditos

8

Professor responsável

Prof. Doutor Luís Pereira da Silva

Língua de ensino

Português

Objectivos

A. Conhecimentos

Obter conhecimentos e oportunidades de aquisição de desempenhos e atitudes relativamente a:

1)      Criança saudável, incluindo o recém-nascido, e aspetos preventivos da doença;

2)      Adolescente saudável e com patologia.

Conhecimentos sobre embriologia humana.

 

B. Desempenhos

Aplicação dos conhecimentos (saber como se faz) à prática clínica, estabelecendo relação adequada com a criança e com os pais ou acompanhantes:

-          Elaboração da história clínica nos vários grupos etários, incluindo anamnese, exame objetivo e elaboração de resumo clínico circunstanciado.

-          Em cada consulta: avaliação do crescimento e desenvolvimento psicomotor, medição da pressão arterial, programação do plano alimentar e vigilância do cumprimento do PNV.

-          Calendarização das consultas para idades-chave, em conveniência com etapas do desenvolvimento físico e psicomotor, do plano alimentar e do Programa Nacional de Vacinação.

-          Reconhecimento dos sinais de alarme relativos a desvios do desenvolvimento e do crescimento.

-          Registo dos dados obtidos em suporte próprio, nomeadamente no Boletim de Saúde Infantil e Juvenil. 

C. Atitudes

Assiduidade e pontualidade (compostura ética de um futuro médico). Integridade intelectual, rigor científico, estudo e atualização e permanentes. Adequado relacionamento com a criança/ adolescente, pais e acompanhantes. Respeito pelos mestres e colegas. Reconhecimento e respeito pelos valores éticos, morais e religiosos. Solidariedade para com os carenciados. Reconhecimento da falibilidade e humildade perante o erro. Reconhecimento da necessidade de pedir ajuda em situações críticas. Trabalhar em equipa com os profissionais de saúde.

 

 

Pré-requisitos

 

Conteúdo

Introdução à Pediatria

Saúde infantil e juvenil: organização de cuidados e indicadores de saúde.

Noções sobre a articulação entre estruturas que providenciam cuidados e assistência à criança e ao adolescente, dentro e fora do setor da saúde: maternidade, unidade de saúde familiar, saúde escolar, hospital, Sistema Nacional de Intervenção Precoce na Infância, visitas domiciliárias, segurança social, infantário e escola.

Particularidades da medicina perinatal: cuidados pré-natais e perinatais, adaptação à vida extrauterina, exame clínico do recém-nascido, cuidados ao recém-nascido aparentemente normal.

Nutrição: alimentação adequada às diferentes idades e necessidades individuais, comportamentos alimentares equilibrados; alimentação com leite materno e suas vantagens, alimentação com fórmula infantil, tipos de fórmulas infantis, início da alimentação complementar, alimentação após o primeiro ano de vida, em idade pré-escolar, escolar e adolescência.

Prevenção da obesidade: programação precoce e risco nutricional.

Avaliação nutricional. Crescimento: antropometria e composição corporal. Valores de referência adequados aos vários grupos etários, particularmente as curvas da Organização Mundial da Saúde.

Desenvolvimento psicomotor: considerações gerais, etapas do desenvolvimento do período neonatal á adolescência, incluindo o desenvolvimento emocional e a socialização.

Programa Nacional de Vacinação e vacinas não incluídas no mesmo.

Pediatria preventiva e pediatria social: epigenética na prevenção da doença, medidas de prevenção de acidentes e intoxicações, racionalização de hábitos de televisão/computador/vídeo jogos, exposição solar inadequada, deteção de maus-tratos, saúde oral, reconhecimento precoce e encaminhamento de anomalias congénitas/ precoces (e.g., displasia da anca, cardiopatias, testículo não descido, perturbações da visão, audição e linguagem).

 

Medicina na Adolescência

Particularidades da medicina do adolescente: entrevista com o adolescente e família; puberdade e maturação sexual; nutrição; atividade física e desportiva; bases neurobiológicas do comportamento; desenvolvimento psicossocial e emocional, autoimagem, sono, consumos e comportamentos de risco.

 

Embriologia humana

Fertilização, segmentação, gastrulação; embriologia dos aparelhos locomotor, digestivo, urogenital e cardiovascular; embriologia do pulmão, sistema nervoso central, e face.

 

Bibliografia

Recomendada

-          Videira Amaral JM, ed. Tratado de Clínica Pediátrica. Lisboa, 2013, capítulos: 1. Criança em Portugal e no mundo; demografia e saúde, 2. Os superiores interesses da criança; 7. Aspetos metodológicos da abordagem de casos clínicos; 19. Crescimento; 21. Desenvolvimento; 22. Desenvolvimento e Intervenção; 43. Adolescência, crescimento e desenvolvimento; 44. Adolescência e comportamento: abordagem clínica; 51. Nutrientes; 52 Alimentação com leite materno; 53. Leites e fórmulas infantis; 54. Probióticos, prebióticos e simbióticos; 55. Alimentação diversificada no primeiro ano de vida; 56. Alimentação após o primeiro ano de vida incluindo as idades pré-escolar, escolar e adolescência; 324. Aspetos da medicina perinatal; 325. Introdução à Neonatologia; 326. Adaptação fetal à vida extrauterina; 327. Exame clínico do recém-nascido; 328. Cuidados ao recém-nascido aparentemente saudável; 358. Icterícia neonatal.

-          Kliegman RM et al, eds. Nelson Textbook of Pediatrics, 19th Ed., 2011, Part II Growth, development, and behavior, capítulos: 6. Overview and assessment of variability, 7. The newborn, 8. The first year, 9. The second year, 10. The preschool years, 11. Middle childhood, 12. Adolescence e 13. Assessment of growth; Part VI Nutrition, capítulos: 41. Nutritional requirements e 42. Feeding healthy infants, children, and adolescents; Part XII The fetus and the neonatal infant, capítulo 88. The newborn infant; Part XIII Adolescent Medicine, capítulos: 104. Adolescent development, 105. The epidemiology of adolescent health problems, 106. Delivery of health care to adolescents e 108. Substance abuse.

-          Programa Nacional de Saúde Infantil e Juvenil, Direcção Geral de Saúde, 2013.

-          Programa Nacional de Vacinação 2017, Direção Geral de Saúde, 2016.

-          Carlson B.M. Human Embryology and Developmental Biology, 5th ed. Philadelphia, Elsevier, 2013.

 

Complementar

-          Fontoura M, Fonseca M, Simões de Moura L, eds. Crescimento Normal e Patológico. Manual Prático de Avaliação, 2014

-          Pereira-da-Silva L. Neonatal anthropometry: a tool to evaluate the nutritional status, and to predict early and late risks. In: Preedy VR, ed. The Handbook of Anthropometry: Physical Measures of Human Form in Health and Disease. Springer, New York, 2012, Chapt. 65;1079-104.

-          Lissauer T, Clayden G, eds. Illustraded Textbook of Paediatrics. 4th ed. Mosby Elsivier, 2012

-          Palminha JM, Carrilho ME, eds. Orientação Diagnóstica em Pediatria. Lisboa, 2003.

-          Artigos em formato PDF fornecido pelos docentes.

 

Método de ensino

A. Métodos de ensino

 

Métodos usados: aula expositiva, seminário, dramatização (role-playing), ensino à cabeceira e discussão de casos clínicos.

 

As aulas teóricas têm caráter predominantemente expositivo, destinadas à exposição e discussão. Estas são lecionadas semanalmente, destinam-se a todos os alunos que frequentam o semestre e não excedem 50 minutos.

As aulas práticas e teórico-práticas têm grande componente interativa. As com caráter clínico (ensino à cabeceira e a discussão de casos) estão integradas na atividade assistencial e são sempre supervisionadas por docente. As sem caráter clínico (seminários e role-playing) visam sobretudo a execução de exercícios e realização de procedimentos em pequenos grupos, sob a supervisão de docente.

Nas aulas práticas e teórico-práticas que decorrem no estágio de cuidados primários, estágio hospitalar/ maternidade e estágio de saúde na adolescência no Hospital Dona Estefânia, predominam os métodos de ensino à cabeceira e a discussão de casos. O ensino à cabeceira representa o método privilegiado do ensino médico, quer no internamento quer em consulta de ambulatório, em que o docente assume o papel modelar nos desempenhos e atitudes.

As aulas práticas nalguns hospitais e no estágio de saúde na adolescência também incluem seminários, preparados por grupo reduzido de alunos que expõe tema preparado aos restantes colegas da turma o e responde às suas questões; o docente modera e avalia como é conduzida a discussão.  

Nas aulas práticas de saúde na adolescência que decorrem na Unidade Aparece do Centro de Saúde de Sete Rios e na Unidade W Mais da Santa Casa da Misericórdia, é utilizado o role playing, com a participação de dois ou três que assumem o papel de atores; neste último caso, o aluno assume o papel do adolescente, o docente do familiar ou acompanhante do adolescente e outro aluno o de técnico de saúde.

 

Método de avaliação

B. Avaliação da aprendizagem

A avaliação da aprendizagem abrange os conhecimentos teóricos (exame teórico e avaliação contínua nas aulas práticas), os desempenhos e as atitudes (avaliação contínua nas aulas práticas).

A escala de pontuação é de 0 a 20 valores. São aprovados os alunos com classificação final igual ou superior a 10 valores ( = 9,5 valores). A classificação final é a média entre a obtida no exame teórico (50%) e a avaliação contínua nos estágios práticos (50%).

O exame teórico, realizado utilizando a plataforma MedQuizz®, consiste num teste de escolha múltipla com 50 perguntas sobre os conhecimentos constantes no programa da UC, designadamente os transmitidos nas aulas teóricas. Cada pergunta com resposta certa vale 0,4 valores, cada não respondida vale zero e cada errada desconta 0,1 valores. São atribuídos 90 segundos para resposta a cada pergunta.

A avaliação contínua é calculada a partir das classificações atribuídas pelos docentes nas três áreas de estágio prático - hospitalar, saúde na adolescência e cuidados primários - com ponderações diferentes.

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