
Temas de Ontologia - 2. semestre
Código
711031077
Unidade Orgânica
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
Departamento
Filosofia
Créditos
6
Professor responsável
Mário Jorge Carvalho
Horas semanais
4
Língua de ensino
Português
Objectivos
Adquirir:
a) aprofundada compreensão do sentido e da especificidade da Ontologia como componente fundamental da tradição filosófica e domínio de investigação “vivo”;
b) aprofundada compreensão básica da pertinência da Ontologia como saber em falta (zêtoumenê epistêmê);
c) aprofundada compreensão da articulação entre a Ontologia e as demais disciplinas filosóficas;
d) aprofundada compreensão da articulação entre a Ontologia e as disciplinas científicas;
e) aprofundada compreensão da multiplicidade de abordagens desenvolvidas na tentativa de dar resposta aos problemas da Ontologia;
f) aprofundada compreensão do problema da eventual impossibilidade da constituição da Ontologia como ciência;
g) aprofundada compreensão dos principais conceitos desenvolvidos no âmbito da Ontologia;
h) desenvolvida capacidade de analisar, comparar, criticar e usar esses conceitos de forma autónoma;
i) desenvolvida capacidade de interpretar e discutir autonomamente concepções ou teses neste domínio.
Pré-requisitos
Não aplicável.
Conteúdo
Realidade e resistência – uma “viagem de exploração” filosófica
Um importante veio da investigação ontológica (Fichte, Bouterwek, Cabanis, Maine de Biran, Destutt de Tracy, Dilthey, Frischeisen-Köhler, Jaensch, Scheler, Husserl e Heidegger – só para citar os mais conhecidos) foca o nexo entre resistência e realidade e discute o papel da primeira como eventual chave para a compreensão desta última (e nalguns casos não apenas para a compreensão daquilo a que tradição chamou existentia/Wirklichkeit mas até da própria essentia/Wesen).
Mas, vistas mais de perto, as diferentes investigações filosóficas em causa acabam por traduzir muito diferentes conceções de resistência e realidade: sob a capa de um denominador comum (a resistência como eventual chave para compreender a realidade) escondem-se perspetivas muito divergentes e em conflito.
Pretende-se levar a cabo uma espécie de “incursão de reconhecimento”: explorar este labirinto filosófico e encontrar um “fio de Ariana” que nos guie nele.
Bibliografia
Cabanis, P. J. G. (1802). Rapports du physique et du moral de l’homme. Paris
Bouterwek, F. (1799). Idee einer Apodiktik. Ein Beytrag zur menschlichen Selbstverständigung und zur Entscheidung des Streits über Metaphysik, kritische Philosophie und Skeptizismus. Halle.
Destutt de Tracy, M. (1970). Éléments d’idéologie. 1re. Partie: Idéologie proprement dite. Paris.
Dilthey, W. (1914–2006). Gesammelte Schriften. Göttingen.
Fichte, J. G. (1971). Sämtliche Werke. Berlin.
Fichte, J. G. (1964-2012). Gesamtausgabe der Bayerischen Akademie der Wissenschaften. Stuttgart-Bad Cannstatt.
Frischeisen-Köhler, M. (1912). Wissenschaft und Wirklichkeit. Leipzig/Berlin.
Heidegger, M. (1975-). Gesamtausgabe. Frankfurt a. M.
Jaensch, E. R. (1911). Über die Wahrnehmung des Raumes. Eine experimentell-psychologische Untersuchung nebst Anwendung auf Ästhetik und Erkenntnislehre. Leipzig.
Maine de Biran, P. (1984-). Œuvres de Maine de Biran. Paris.
Scheler, M. (1971-1997). Gesammelte Werke. Bonn.
Método de ensino
Curso de natureza teórico-prática.
A metodologia usada combina
a) o exame teórico de problemas e conceitos
b) uma aturada análise e comentário dos textos em causa (que presta especial atenção ao nexo entre eles e os problemas e conceitos focados, mas também a questões de interpretação, etc.)
c) a discussão de concepções alternativas, de objecções, contra-exemplos, etc.
O programa está concebido para proporcionar aos estudantes a experiência de trabalharem, se assim se pode dizer, no “laboratório” do pensamento filosófico.
Dá-se especial importância ao horário de atendimento, que pode ser usado para discutir problemas, objecções, matérias afins, etc.
Método de avaliação
Avaliação individual. Exame final escrito obrigatório. Cada aluno deve apresentar um trabalho escrito e discuti-lo com o professor. O trabalho escrito tem um peso de 1/3 na classificação final.