
Questões de Antropologia Filosófica - 1. semestre
Código
722031032
Unidade Orgânica
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
Departamento
Filosofia
Créditos
10
Professor responsável
Mário Jorge Carvalho
Horas semanais
3 letivas + 1 tutorial
Língua de ensino
Português com apoio tutorial em LE
Objectivos
Turma A
a) Formação avançada na área disciplinar da Antropologia Filosófica, com
elevado nível de conhecimento dos seus problemas fundamentais, da sua
história, dos seus debates doutrinais e metodológicos, bem como da sua
articulação com outras áreas disciplinares;
b) Conhecimento aprofundado de textos fundamentais no âmbito disciplinar da Antropologia Filosófica, com domínio da tradição interpretativa e do estado actual da investigação a seu respeito;
c) Elevada capacidade de reflexão e análise crítica de problemas no âmbito da Antropologia Filosófica;
d) Realização de investigação supervisionada no âmbito disciplinar da Antropologia Filosófica, que responda a elevados padrões de rigor e exigência;
e) Aquisição de competências para a o desenvolvimento de investigação autónoma no âmbito disciplinar da Antropologia Filosófica.
Pré-requisitos
Não aplicável.
Conteúdo
Turma A
Vida humana e conhecimento – o Teeteto de Platão
Que papel desempenha o conhecimento sc. a pretensão de conhecimento na vida humana? Em que medida a própria vida está intrinsecamente referida a conhecimento – ou pelo menos a pretensões cognitivas, de sorte que depende de conhecimento ou de pretensões cognitivas? E que é o conhecimento (sc. as pretensões cognitivas) de que a vida humana depende?
Estas perguntas formam um complexo puzzle que a antropologia filosófica não pode ignorar.
Também o Teeteto de Platão se assemelha a um puzzle – e lê-lo (tentar compreender o seu sentido) é como tentar “montar” as muitas peças de um intrincadíssimo puzzle.
À primeira vista, poderia parecer que estamos a falar, então, de dois puzzles diferentes. Mas, vendo bem, todo o Teeteto de Platão gira em torno do referido complexo de perguntas. De sorte que tentar “construir” um destes puzzles implica tentar “construir” também o outro.
A nossa tarefa é lidar com este duplo puzzle.
Turma B
A micro-polis e a mega-psyche – a dupla comparação platónica e a antropologia subjacente
O paralelismo platónico entre o indivíduo e a polis é esclarecedor a) porque a comparação com a polis ajuda a compreender a psyche individual mas também b) porque a comparação com o indivíduo ajuda a compreender a polis. Este seminário pretende identificar os traços fundamentais da antropologia-da-polis-psyche desenvolvida por Platão (ou melhor, da sua antropologia do complexo polis-psyche-soma), as respetivas bases e implicações.
Considerar-se-á em especial: 1) a forma como esta peculiar modalidade de antropologia tem um teor muito diferente daquele que à primeira vista parece, 2) os dois sentidos do nexo entre a micro-polis e a mega-psyche (ou o mega complexo soma-psyche), c) a análise platónica das componentes contantes sc. do que é preciso para constituir um ser humano ou uma polis, e 4) a variação caleidoscópica das muito diferentes formas que um ser humano sc. uma polis podem assumir.
Bibliografia
Turma A/Class A
Burnet, I. (Ed.) (1905). Platonis Opera, Tomus I. Oxonii.
Duke, E. A./Hicken, W. F. et al. (Ed.) (1995). Platonis Opera, Tomus I,. Oxonii.
Campbell, L. (Ed.) (1883). The Theaetetusof Plato. Oxford.
Diès, A. (Ed.) (1923). Platon Théétète. Paris.
Cornford, F. M. D. (1935). Plato’s Theory of Knowledge. The ‘Theaetetus’ and the ‘Sophist’ of Plato. London.
Fowler, H. N. (Ed.) (1967). Theaetetus and Sophist (Loeb Classical Library). London/Cambridge (Mass.).
Macdowell, J. H. (Ed.) (1973). Plato Theaetetus. Oxford.
Narcy, M. (Ed.) 1994. Platon Théétète, traduction inédite, introduction et notes. Paris.
Valgimigli, M. (Ed.) (1999). Platone Teeteto. Roma-Bari: Laterza.
Levett, M. J./Burnyeat, M. (Ed.) (1990). The Theaetetus of Plato. Indianapolis/Cambridge.
Rowe, C. (Ed.) (2015). Plato Theaetetus and Sophist. Cambridge.
Ferrari, F. (Ed.) (2011). Platone Teeteto. Milano.
Ambuel, D. (Ed.) (2015). Turtles all the Way Down: On Plato’s Theaetetus. A Commentary and Translation. Sankt Augustin.
Método de ensino
Turma A
Unidade curricular de carácter teórico-prático.
Regime de Seminário.
Leitura, interpretação e comentário do Teeteto de Platão. Análise e discussão de questões de interpretação (incluindo também questões sintáticas e semânticas), bem como de teses e problemas em causa no texto estudado.
As metodologias de ensino combinam a) uma análise exaustiva do Teeteto (das suas diferentes partes, da respectiva conexão, do nexo com outras componentes do corpus platonicum), b) a análise teórica de problemas filosóficos e c) a discussão de teses alternativas, objecções, contra-exemplos, etc.
Método de avaliação
Turma A
Avaliação: Avaliação individual. Elaboração de um trabalho escrito de investigação, com cerca de 20 páginas, sobre tema combinado com o Docente, e discussão desse trabalho (3/4). Participação nas sessões do seminário – intervenções orais (1/4).
Turma B
Avaliação: Avaliação individual. Elaboração de um trabalho escrito de investigação, com cerca de 20 páginas, sobre tema combinado com o Docente, e discussão desse trabalho (3/4). Participação nas sessões do seminário – intervenções orais (1/4).
Cursos
- Ensino de Filosofia no Ensino Secundário
- Filosofia - Área de Especialização em Filosofia Política
- Filosofia - Área de Especialização em Ética
- Filosofia - Área de Especialização em Filosofia Geral
- Filosofia - Área de Especialização em Estética
- Filosofia - Área de Especialização em Filosofia Contemporânea