
Questões de Ontologia - 2. semestre
Código
722031054
Unidade Orgânica
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
Departamento
Filosofia
Créditos
10
Professor responsável
Mário Jorge Carvalho
Horas semanais
3 letivas + 1 tutorial
Língua de ensino
Português
Objectivos
a). Elevado nível de compreensão do sentido e especificidade da Ontologia, da sua pertinência como saber em falta (zêtoumenê epistêmê) e da sua articulação com as restantes disciplinas filosóficas e científicas;
b). elevado nível de conhecimento da multiplicidade de abordagens desenvolvidas no âmbito da Ontologia;
c). elevado nível de conhecimento dos conceitos relevantes no âmbito da Ontologia;
d). elevada capacidade de analisar, comparar, criticar e usar esses conceitos, bem como de interpretar e discutir de forma autónoma concepções ou teses no âmbito da Ontologia;
e). conhecimento aprofundado de textos fundamentais, com domínio da tradição interpretativa, do estado actual da investigação e do universo de bibliografia pertinente;
f). realização de trabalho supervisionado de investigação, que documente desenvolvimentos originais e corresponda a padrões de qualidade científica;
g). aquisição de competências para a realização autónoma de investigação no âmbito da Ontologia.
Pré-requisitos
Não aplicável.
Conteúdo
Kant e a questão da metafísica.
Ao contrário do que comummente se supõe, Kant não compreende a metafísica apenas como um pretenso ramo de conhecimento filosófico (i.e., como metaphysica artificialis). Segundo ele, há também há aquilo a que chama metaphysica naturalis ou Metaphysik als Naturanlage: mesmo que não tenhamos consciência disso, a metafísica é uma componente estrutural – permanente e inevitável – do nosso modo-de-ser. De sorte que, como diz nos Prolegómenos, o fim da metafísica “é tão pouco de esperar quanto que nós, para não estarmos sempre a inspirar ar impuro, alguma vez preferíssemos deixar inteiramente de respirar.”
Mas então cabe perguntar: Que é a metafísica? Que é a metaphysica naturalis? Que é a metaphysica artificialis? Como se relacionam? Que bases tem Kant para afirmar que há qualquer coisa como uma inevitável metaphysica naturalis? E que é que acontece à metafísica (i. e., tanto à metaphysica artificialis quanto à metaphysica naturalis) na Crítica de Kant?
Bibliografia
Kant, I. (1900-). Gesammelte Schriften, ed. Preußische Akademie der Wissenschaften. Berlin: Reimer, reed. Berlin: de Gruyter.
Kant, I. (1968-1977). Kants Werke, Akademie-Textausgabe. Berlin: de Gruyter.
Kant, I. (1983). Werke, ed. W. Weischedel. Frankfurt a. M./Darmstadt: Insel-Suhrkamp /Wissenschaftliche Buchgesellschaft,
Kant, I. (2017). Kant im Kontext III: Werke, Briefwechsel, Nachlass und Vorlesungen auf CD-ROM. Komplettausgabe. Karsten Worm InfoSoftWare, (4. erw. Aufl).
Kant, I. (1993-). The Cambridge Edition of the Works of Immanuel Kant, ed. P. Gruyter, A. W. Wood. Cambridge: Cambridge University Press.
Kant, I. (1980-1986). Œuvres philosophiques (Bibliothèque de la Pléiade). Paris: Gallimard.
Método de ensino
Unidade curricular de carácter teórico-prático.
Regime de Seminário.
Leitura, interpretação e comentário do Teeteto de Platão. Análise e discussão de questões de interpretação (incluindo também questões sintáticas e semânticas), bem como de teses e problemas em causa no texto estudado.
As metodologias de ensino combinam a) uma análise exaustiva do Teeteto (das suas diferentes partes, da respectiva conexão, do nexo com outras componentes do corpus platonicum), b) a análise teórica de problemas filosóficos e c) a discussão de teses alternativas, objecções, contra-exemplos, etc.
Método de avaliação
Avaliação: Avaliação individual. Elaboração de um trabalho escrito de investigação, com cerca de 20 páginas, sobre tema combinado com o Docente, e discussão desse trabalho (3/4). Participação nas sessões do seminário – intervenções orais (1/4).