
Problemas de Crítica e Tradução - 1. semestre
Código
722031057
Unidade Orgânica
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
Departamento
Filosofia
Créditos
10
Professor responsável
Maria João Mayer Branco
Horas semanais
3 letivas + 1 tutorial
Língua de ensino
Português
Objectivos
a) Identificar e questionar as aporias tradicionais da tradução e da crítica.
b) Reconhecer as relações fundamentais desta problemática com outras problemáticas e conceitos estéticos (p.ex. sentido/signo, polissemia, textual/fidelidade, esquematismo estético/estilo, tradução/criação).
c) Analisar as condições de aplicação e alargamento da mesma problemática, aos estudos literários e à filosofia da arte.
d) Delimitar um campo específico de crítica e de tradução à luz dos conceitos e das práticas analisadas e dentro do quadro da filosofia (hermenêutica, ontologia) e das ciências humanas (história, antropologia, linguística, comunicação).
Pré-requisitos
Não aplicável.
Conteúdo
O seminário propõe esclarecer em que medida a música parece perturbar, no contexto da Estética moderna, o estabelecimento de uma hierarquia das artes e a possibilidade desse mesmo estabelecimento. A partir da leitura de textos de Rousseau, Kant, Schopenhauer, Nietzsche e Wittgenstein procurar-se-á interrogar o estatuto da música enquanto arte que escapa à representação, à visibilidade e à linguagem verbal e conceptual e o modo como constitui um desafio para o pensamento filosófico e para a reflexão estética. Considerada quer como uma expressão humana deficiente que «não deixa nada para pensar» (Kant), quer como a arte que melhor exprime a realidade excedendo o âmbito representativo (Schopenhauer), quer ainda como a arte que melhor estimula o pensamento e que, simultaneamente, mais o ameaça (Nietzsche), a música continua a provocar a filosofia e a suscitar actualmente um intenso debate, cujas premissas se procurará elucidar partindo da pergunta geral: o que significa dizer que a música dá que pensar?
Bibliografia
ARISTÓTELES, Poética, Imprensa Nacional — Casa da Moeda, Lisboa, 1994 (tradução, prefácio, introdução, comentário e apêndices de Eudoro de Sousa)
BENJAMIN, Walter, A origem do drama trágico alemão, Assírio e Alvim, Lisboa, 2004 (edição e tradução de João Barrento)
BILLINGS, J./ LEONARD, M. (eds.), Tragedy and the Idea of Modernity, Oxford University Press, 2015
LORAUX, Nicole, La voix endeuillée. Essai sur la tragédie grecque, Gallimard, Paris, 1999
NIETZSCHE, F., O nascimento da tragédia, Círculo de Leitores, Lisboa, 1996 (tradução, comentário e notas de Teresa R. Cadete)
Método de ensino
(a) A maior parte das aulas são de exposição dialogada, isto é, de exposição teórica mas com espaço para perguntas e intervenção dos alunos, bem como para a leitura de passagens relevantes dos textos em análise.
(b) Algumas aulas são leccionadas no chamado “regime de seminário”, i.e., consistem em leitura, comentário e análise de texto.
(c) Por fim, algumas aulas consistem na discussão — com os alunos — de matérias já expostas e dos problemas que elas levantam.
Método de avaliação
(d) O principal elemento de avaliação é um trabalho escrito com cerca de 12 páginas (70%);
(e) O segundo elemento de avaliação consiste numa breve apresentação e discussão oral (20%); (f) assiduidade e participação (10%).