Instituto de Higiene e Medicina Tropical

Entomologia Médica II

Code

5573024

Academic unit

Instituto de Higiene e Medicina Tropical

Credits

8

Teacher in charge

Odete Afonso

Weekly hours

Total:
PL: 56 horas.
OT: Orientação tutorial laboratorial = 56 horas.
Orientação tutorial para apoio à monografia = 20 horas.
Estudo autónomo: 148 horas.

Teaching language

Português

Objectives

No final do ensino da Unidade Curricular Entomologia Médica II, os Alunos, de acordo com o seu trabalho laboratorial individual (e respectiva monografia), deverão estar aptos a:
1 - Proceder à manutenção de uma colónia de mosquitos e de flebótomos;
2 - Executar técnicas laboratoriais para quantificação de várias enzimas relacionadas com a resistência a inseticidas em Aedes aegypti;
3 - Conhecer o modo de funcionamento de produtos de Bacillus thuringiensis israelensis (Bti);
4 - Executar ensaios de sensibilidade a larvicidas de acordo com a metodologia da Organização Mundial de Saúde;
5 - Caracterizar o ciclo de vida do mosquito vetor Anopheles stephensi;
6 - Estimar a idade fisiológica de uma colónia de An. stephensi;
7 - Executar técnicas laboratoriais para identificação morfológica de espécies flebotomínicas, vetoras de Leishmania sp. em Portugal;
8 - Conhecer métodos de conservação de flebotomíneos, morfologicamente identificados, para posterior utilização em estudos moleculares;
9 - Proceder à análise estatística dos resultados;
10- Discutir os resultados obtidos;
11 - Efectuar uma monografia, original, tendo em conta o trabalho laboratorial desenvolvido.

Subject matter

Exemplos de trabalhos a desenvolver: 1- “Quantificação da atividade enzimática relacionada com a resistência a inseticidas em Aedes aegypti da ilha da Madeira”- Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus, 1762) é o principal vetor da febre amarela e da dengue assim como um agente de incomodidade. Esta espécie invasora está atualmente presente na ilha da Madeira (Portugal) e apesar das medidas de controlo vetorial implementadas na região, Ae. aegypti continua a expandir-se. Este facto pode ser devido à presença de resistência aos inseticidas, caracterizada por uma variedade de alterações moleculares (mudanças transcricionais, amplificação de genes e mutações em regiões codificantes). Neste estudo, a presença de mecanismos de resistência metabólica será investigada através da quantificação da atividade enzimática de cada família de enzimas de destoxificação associadas à resistência aos inseticidas. Os resultados ajudarão a completar o perfil de resistência que a população de Ae. aegypti da ilha da Madeira apresenta (Responsável pela orientação deste trabalho – Professora Doutora Carla Sousa).
2- “Efeito larvicida de Bacillus thuringiensis israelensis (Bti) em Culex theileri (Diptera, Culicidae) em diferentes condições do ambiente aquático” - Bacillus thuringiensis israelensis (serovar H-14) (Bti) é uma bactéria produtora de uma endotoxina letal para formas larvares de mosquitos, simulídeos e quironomídeos. A elevada especificidade desta bactéria, associada ao facto de também não ser poluente do meio aquático, conduziu ao desenvolvimento de diversas formulações comerciais e à sua escolha preferencial no controlo larvar de mosquitos.
Culex theileri é uma das espécies de mosquito mais abundantes e dispersas em Portugal, representando um elevado factor de incomodidade e sendo vectora de dirofilariose canina. Embora possa ser encontrada em diversos biótopos larvares, os arrozais constituem um biótopo onde é encontrada em abundância. Os arrozais constituem um biótopo onde a aplicação de produtos de Bti é viável e Culex theileri é uma espécie sensível a este larvicida. Constitui objectivo do trabalho avaliar, em condições laboratoriais, o efeito de variações (pH e salinidade) na mortalidade larvar de Culex theileri provocada pela aplicação de Bti (Responsável pela orientação deste trabalho – Professora Doutora Teresa Novo).
3- “Determinação de taxas de paridade em vetores de malária”. A malária é a principal doença parasitária transmitida por mosquitos vetores em regiões tropicais, sendo responsável por ca. 1 Milhão de mortes por ano. As seis espécies de Plasmodium que infetam humanos são transmitidas exclusivamente por mosquitos do género Anopheles. Das cerca de 450 espécies de Anopheles descritas, apenas perto de 80 são vetores de malária. Estas espécies apresentam características bioecológicas, comportamentais e fisiológicas que definem a sua competência e capacidade de transmitir parasitas de malária. Assim, torna-se necessário estimar certos parâmetros entomológicos em populações destas espécies, com o objetivo de determinar o seu papel como vetores de malária.
De entre os parâmetros entomológicos de importância médica, destaca-se a longevidade. Para transmitir malária, uma população de mosquitos necessita de apresentar uma longevidade média comparável (ou superior) à duração do ciclo esporogónico. Neste contexto, existem abordagens para estimar a longevidade de uma população de mosquitos a partir da taxa de paridade, com base na disseção e observação microscópica do sistema respiratório traqueal dos ovários (Responsável pela orientação deste trabalho – Professor Doutor João Pinto).
4- “Identificação de espécies flebotomínicas (Diptera, Psychodidae), vetoras de Leishmania sp., em Portugal”. A leishmaniose, humana e canina, é uma zoonose endémica em Portugal, em que os cães são o principal reservatório do agente patogénico - Leishmania infantum. Os flebótomos, além de serem os insectos vetores, são também os agentes focalizadores da(s) doença(s), determinando a existência de áreas de maior ou menor risco desta parasitose. Com as alterações climáticas e ambientais, em Portugal verificam-se também vários riscos não só no que diz respeito às espécies flebotomínicas comprovadamente vetoras de L. infantum mas também a outras que, estando presentes no país, possam tornar-se transmissoras de outras espécies de Leishmania, presentemente não autóctones.
Ainda que sejam conhecidos vários focos de leishmaniose, em determinadas áreas desconhece-se, por completo, quais as espécies flebotomínicas existentes nessas mesmas localidades. Tendo em vista as actuais e futuras alterações deste sistema biológico, e no âmbito dos flebótomos, torna-se imprescindível capturar, identificar e reavaliar as espécies, as infecções flebotomínicas, assim como efectuar estudos bioecológicos e genéticos para que a monitorização de regiões endémicas, no âmbito vetorial, possa contribuir não só para o conhecimento da situação real do país, mas também para que as medidas de controlo, a serem incrementadas, sejam as mais adequadas. (Responsável pela orientação deste trabalho – Professora Doutora Odete Afonso).
5- Consoante o número de alunos, serão apresentados pelos docentes da UC, mais trabalhos do tipo acima descritos, para serem efectuados, individualmente, por todos os alunos.

Bibliography

Boyce R, Lenhart A, Kroeger A, Velayudhan R, Roberts B, Horstick O., 2013. Bacillus thuringiensis israelensis (Bti) for the control of dengue vectors: systematic literature review. Trop Med Int Health; 18(5):564-77. doi: 10.1111/tmi.12087. Epub 2013 Mar 26. Review.
Branco S, Alves-Pires C, Maia C, Cortes S, Cristóvão JMS, Gonçalves L, Campino L, Afonso MO, 2013. Entomological and ecological studies in a new potential zoonotic leishmaniasis focus in Torres Novas municipality, Central Region, Portugal. Acta Tropica, 125: 339-348.
Marcombe S, Mathieu RB, Pocquet N, Riaz M-A, Poupardin R, Sélior S, Darriet F, Reynaud S, Yébakima A, Corbel V, David J-P, Chandre F, 2012. Insecticide Resistance in the Dengue Vector Aedes aegypti from Martinique: Distribution, Mechanisms and Relations with Environmental Factors. PLoS One 7: e30989.
Molineaux L. et al. 1988. The epidemiology of malaria and its measurement. In: Malaria, principles and practice of Malariology. Wernsdorfer WH (Ed). Churchill Livingstone Inc. pp. 999-1090.

Teaching method

- Trabalhos laboratoriais, individuais e obrigatórios, em função dos temas acima descritos, ou outros semelhantes, e com acompanhamento do docente orientador: 56 horas presenciais.
- Orientação tutorial: geral e acompanhamento para questões de carácter teórico e/ou prático.
- Aulas tutoriais para apoio à monografia: 20 horas.
- Estudo autónomo: 148 horas.

Evaluation method

- Trabalho laboratorial, presencial e obrigatório (56 horas) – 40%;
- Avaliação contínua – 10%;
- Monografia baseada no trabalho laboratorial desenvolvido (máximo: 30 páginas; mínimo: 20 páginas, com: Introdução, objectivos, material e métodos, resultados, discussão, conclusões e referências bibliográficas). A Monografia deverá ser efectuada tendo em conta as normas do IHMT para elaboração de teses de mestrado e doutoramento, com excepção da encadernação, que poderá ser com argolas – 50%.

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